20 setembro, 2006

MANIFESTOS POLÍTICOS

MANIFESTO CONTRA A REFORMA CURRICULAR E O ESBOÇO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – 2005.

Ciências Sociais, Criatividade & Democracia

São Luís, Colegas de Ciências Sociais,

Lamentamos o fato de não termos tido condições de participar das últimas reuniões sobre o Projeto Político Pedagógico do Curso de Ciências Sociais. No entanto, gostaríamos de expressar nosso descontentamento com as notícias sobre os encaminhamentos até agora aprovados no Colegiado, principalmente sobre as decisões em relação ao Estágio de Bacharelado (Profisionalização do Cientista Social) e a Licenciatura (Formação do Professor).
As Diretrizes Curriculares do Ministério são claras, temos que desenvolver 3 tipos de formandos: 1. Pesquisador; 2. Professor e 3. Profissional.
Como membros do Sindicato, e representante dos filiados à entidade, afirmamos aos Colegas Docentes que os mesmos se iludem ao pensar que estão corretos ao priorizarem a formação do Pesquisador, sugerindo a participação exclusiva dos alunos nos Grupos de Pesquisa.
Apesar de participarmos de vários Grupos de Pesquisa não consideramos que essa seja a experiência universitária mais importante. A formação da vida intelectual dos estudantes não pode ficar na mão dos professores compartimentados em seus gabinetes fechados, distribuindo bolsas e produzindo cumplicidades; o legado da 'cultura sociológica e antropológica' deve ser transmitido nas salas de aula e nos seminários abertos, lugares da transmissão democrática dos saberes, da cultura e da sociabilidade.
Temos lutado pelo desenvolvimento integral e autônomo dos estudantes e dos professores, há muitos anos – não vemos razão para retrocedermos. Devemos priorizar a luta pela emancipação intelectual dos estudantes e preservar o desenvolvimento das múltiplas vocações dos discentes (em sala de aula e seminários abertos). Ao acabar com o Estágio de Bacharelado e desvalorizar a Licenciatura, estão reproduzindo uma lógica empobrecida, uma visão multiladora e castradora das vocações estudantis. Especialmente a Licenciatura - lembramos que é o ÚNICO Projeto de Extensão Universitária do DEPSAN, oficialmente aprovado no CONSEPE/UFMA – trabalho efetivo que deveria expressar nossa responsabilidade social e vínculo com a sociedade, atuando no Sistema de Ensino Médio maranhense.
Os problemas em relação a circunstancial falta de docentes para conduzir as tarefas de Estágio de Bacharelado e Licenciatura, podem ser sanados através de concursos públicos voltados para essas áreas deficientes, criando responsabilidades mais específicas. Basta de concursos para vagas abertas em Antropologia, Ciência Política e Sociologia Geral! Devemos diminuir o alto grau de anarquia na condução dos nossos objetivos institucionais, produzindo mais responsabilidades individuais e coletivas. O individualismo dos docentes está produzindo uma acentuada fragmentação e desinteresse pelos princípios políticos didático-pedagógicos básicos. Nosso dever como professores de Sistema Público de Ensino é lutar pela DEMOCRACIA e a multiplicação das potencialidades do alunado – potencializar uma política libertadora, emancipadora e autonomista. Devemos ter cuidado com a reprodução desenfreada de réplicas do mesmo e cópias da mesmice. Está na hora de investir na CRIATIVIDADE, na multiplicidade e nas diversas vocações simultâneas, preservando a pluralidade dos modos de ser cientista social.

Saudações acadêmicas,

Prof. Alexandre Corrêa
Presidente do Sindicato dos Sociólogos do Maranhão.

* * *

MOVIMENTO POLÍTICO UNIVERSITÁRIO 'MAURÍCIO TRAGTEMBERG' CONTRA A DELINQUÊNCIA ACADÊMICA.

Os Pequenos Burgueses Pós-Modernos: mais felizes do que pinto no lixo!

Não há muita coisa nova, nem novos odores, ou perfumes no ar que respiramos... No entanto, 'tudo o que é sólido está se desmanchando' e de certa forma vai deixando tudo mais poluído, nos sufocando terrivelmente. Mas ainda é possível encontrar algum ar saudável para respirar...
Precisamos de alguma persistência e lucidez neste momento difícil, isso é certo.
Estamos assistindo, com novas roupagens, a mesma lenga-lenga dos velhos pequenos burgueses que agora se auto-intitulam 'PÓS-MODERNOS'. Mas afinal, o que tem de novidade nisso? NADA.
Não passam de profissionais que ascenderam à elite dominante, vindo das camadas mais subalternas da sociedade brasileira – como de resto a esmagadora maioria de nosso povo – e após adquirirem alguns diplomas acadêmicos, com financiamento das universidades públicas e do Ministério da Educação, vêm posar de letrados sofisticados, especialistas e retóricos, ávidos que estão em reproduzir com competência a lógica cultural burguesa dominante.
Mas quem são estas pessoas? Como agem? O que pensam?
Após ascenderem, como verdadeiros alpinistas sociais, à camada mais refinada da sociedade - local ou nacional - fazem de tudo para ocultarem sua origem simplória e humilde. Os discursos são sofisticados, pseudo-eco-socio-antropo-psicanalizados, esotérico-filosóficos, etc., mas o que traduzem? Douram a velha pílula da monótona justificativa barata de seus ideais de pequenos burgueses, mas que não querem mais lembrar de suas origens proletárias, interioranas e sulbalternas. Fazem um esforço enorme, acrobacias incríveis para explicarem frases e conceitos obscuros de pensamentos tortuosos que mal compreendem. Eles sofrem morbidamente, mas podemos dizer que gozam. Gozam de quê? O fato é que não levam muito a sério o seu próprio palavreado, nem ligam para o que dizem e falam, afinal não passam de cindidos esquizofrênicos em transe alucinatório consumista. Pasmem todos, alguns deles tornam-se banqueiros, outros PROFESSORES! Mas, que tipo de educadores eles são! Adoram ensinar? Hum!... Não, no fundo mesmo, odeiam dar aulas, odeiam ensinar, transmitir! Odeiam a democracia e os democratas!
Atrás do desbotado cinismo de pedantes e celerados constata-se que os mesmos orgulham-se muito de ter realizado tudo o que seus pais queriam, conseguiram o sonho de várias gerações de suas famílias – ter o diploma universitário e os títulos acadêmicos. Para que mais, afinal não chegaram no paraíso pequeno-burguês com TAAAANTO esforço? Então, para que mudar o mundo, se já está tudo muito bom e só tende a melhorar mais - para eles, só para eles? Eles sabem que podem consumir os signos do poder e de status em qualquer shopping da cidade! Adoram comprar, e, quando sobra um dinheirinho, gostam de pagar um pouco de alcóol - na Praia Grande - pra quem quiser ouvir suas bravatas pós-modernas. Assim, para quê esquentar a cabeça com os problemas da sociedade, do ensino público, do ensino médio? Estes personagens só querem saber da segurança dos seus parentes e de seus bens. Segurança da velha propriedade privada e da sagrada família.
Este estado de coisas tem que ser transformado. A Universidade Pública, ainda parasitada por estes letrados especialistas, tem que tornar-se efetivamente uma instituição de promoção das políticas emancipatórias e autonomistas. Chega de inércia! Chegou a hora de sacudir o coreto dos conformistas e dos cínicos decadentes!

PARA DESAFINAR O CORO DOS CONTENTES!

Manifesto pelo Voto na Chapa 1 - APRUMA - 2004-5.