19 setembro, 2007

Ensino médio vive "crise aguda"!

17/09/2007 - 20h45 (Da Agência Brasil)

Ensino médio vive "crise aguda", diz ministro da Educação

a.. Por que os brasileiros estão fugindo da escola pública?

a.. Violência, greve ou qualidade de ensino?

O ensino médio vive "uma crise aguda", afirmou o ministro da Educação,
Fernando Haddad, nesta segunda-feira (17). A declaração foi feita na abertura
do seminário Ensino Médio Diversificado, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Com base nos resultados do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Básica), o ministro acrescentou: "O ensino médio custa a reagir".
Haddad disse que há perspectivas de melhora na qualidade do ensino médio em
dez ou 15 anos, mas não é possível esperar esse tempo para oferecer educação
de qualidade aos jovens.
O ministro admitiu que, em 2004, o governo acreditava que a qualidade do
ensino médio melhoraria se fossem ampliadas as oportunidades de acesso à
educação superior.
"Imaginávamos que essas providências [ProUni e ampliação de vagas nas
universidades federais] poderiam ajudar a robustecer o ensino médio, mas os
indicadores, pelo menos até 2005, demonstram que essas iniciativas não têm
impactado satisfatoriamente a questão da qualidade."
Para melhorar o quadro, o ministro defendeu a ampliação das escolas técnicas
profissionalizantes e a discussão de um novo currículo para o ensino médio.
Ele afirmou que a separação entre formação geral e profissionalizante no
ensino médio "está um pouco fora de moda". Para o ministro, a formação geral
"é desinteressante" para uma boa parcela dos estudantes.
"Não podemos dar uma formação geral de primeiro mundo para alguns jovens e uma
formação técnica para um sistema produtivo obsoleto para outros Jovens. Temos
que combinar virtuosamente essas duas dimensões", disse.
Entre 2005 e 2006, a rede pública de ensino perdeu 311 mil alunos no Brasil,
segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo professores, pais e diretores de escola, qualidade de ensino,
violência e greves são alguns dos motivos por trás dessa evasão.