07 abril, 2010

SBS - SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO NO RIO DE JANEIRO

XV CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA - 2011


Aberto o período para inscrições de GTs (Grupos de Trabalho) no XV Congresso Brasileiro de Sociologia, a ser realizado entre os dias 26 e 29 de julho de 2011, na UFPR, Curitiba-PR.
O prazo para envio termina no dia 17/06/2010. Não deixe para a última hora. Acesse o site da SBS (http://www.sbsociologia.com.br/) para maiores informações e envie sua colaboração. Importante: o envio é restrito aos associados em dia com suas anuidades.

NOTA DA SBS

A edição da lei nº 11.684, de 2008 que altera e Lei de Diretrizes e Bases da Educação e estabelece a obrigatoriedade da Sociologia nos três anos do ensino médio em todas as escolas brasileiras trouxe para os Sociólogos, tanto para aqueles que atuam nas universidades como para os professores da educação básica, a necessidade de tomar para si a discussão sobre os fundamentos, os conteúdos, assim como as metodologias adequadas ao ensino de Sociologia para os jovens e adultos que estudam no ensino médio.
Mesmo num contexto anterior, quando a Sociologia se fazia presente como componente curricular somente em alguns estados brasileiros e apenas em uma série do ensino médio, a Sociedade Brasileira de Sociologia criou em seu Congresso de 2005 a Comissão de Ensino Médio. Desde então, esta Comissão passou a centralizar as iniciativas dos estados, realizando encontros e congressos com o propósito de contribuir para práticas do ensino de Sociologia, tendo em vista a preocupação com sua qualidade. Nessa direção, hoje podemos afirmar que temos acumulado conhecimento sobre a temática, autorizando-nos a apoiar a elaboração de propostas curriculares em vários estados brasileiros.
Por esta razão, vimos manifestar nossa preocupação com a proposta curricular de Sociologia apresentada pela Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro, na medida em que esta sugere certos conteúdos temáticos que consideramos irrelevantes para o ensino de Sociologia no ensino médio, apresenta como conceitos certos termos não identificados no arcabouço teórico e conceitual advindo das Ciências Sociais e se fundamenta em uma concepção prescritiva ou normativa do ensino de Sociologia.
Sabemos que o professor não opera mecanicamente com as propostas curriculares em seu dia a dia na escola, ao contrário, de alguma maneira ele traduz ou seleciona os conteúdos, tendo em vista a sua própria experiência. Ainda assim, não poderíamos deixar de nos pronunciar, sob pena de ignorar todo um movimento repleto de experiências práticas e teóricas que temos registrado em nossos encontros.
Pelo exposto e ciente de nossas responsabilidades, reiteramos o apoio da SBS à criação de fóruns estaduais e nacional que possam estimular a reflexão e o debate entre professores e pesquisadores envolvidos com o ensino de Sociologia.

Anita Handfas

Coordenadora da Comissão de Ensino Médio da Sociedade Brasileira de Sociologia

Celi Scalon

Presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia

CHAMADA DE TRABALHOS

13º CONGRESSO BIEN 2010
O 13° Congresso da BIEN (sigla em inglês para Rede Mundial de Renda Básica) recebe até o dia 12 de abril propostas de trabalho e painéis. Envie sua proposta por meio do site oficial do evento, http://www.bien2010brasil.com/.  É a primeira vez que o Congresso da BIEN ocorre na América Latina. O evento acontece de 30 de junho a 2 de julho de 2010 na Faculdade de Economia e Administração da USP.

Equipe SBS http://www.sbsociologia.com.br/
Sociedade Brasileira de Sociologia

06 abril, 2010

Simon Schwartzman critica o currículo de sociologia do estado do Rio de Janeiro‏

O Currículo de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro

Acabo de ver a lamentavel proposta curricular para o programa de sociologia para o nível médio do Rio de Janeiro. É um conjunto desastroso de idéias gerais, palavras de ordem e ideologias mal disfarçadas que confirmam as piores apreensões dos que, como eu, sempre temeram esta inclusão obrigatória da sociologia no curriculo escolar.
É difícil saber por onde começar a crítica. Faltam coisas essenciais como familia e parentesco, educação, socialização, estratificação social, mobilidade, criminalidade, religião, burocracias, modernidade, opinião pública, instituições. Na parte de “sociedade democrática”, nao há nada sobre instituições políticas, sistemas políticos comparados, participação politica, sistemas eleitorais, partidos políticos, populismo, fascismo. Não há nada mais conceitual sobre teoria sociológica, suas correntes, etc. Nao há sequer algo sobre direitos civis, sociais e humanos.
Por outro lado, sobram bobagens como “compreender e valorizar as diferentes manifestações culturais de etnias, raças (negra, indígena, branca) e segmentos sociais, agindo de modo a preservar o direito à diversidade, enquanto princípio estético (sic) que pode incentivar a tolerância, mas que em alguns casos pode gerar conflitos”, ou “compreender que a dominação européia expressa pelo colonialismo e pelo imperialismo é a causa fundamental das desigualdades sociais” ou ainda “construir a identidade social e política atuante e dinâmica para a constante luta pelo exercício da cidadania plena”, e trivialidades como “perceber a importância do trabalho para a sociedade”. Quem quiser ver o texto completo da proposta pode baixá-la da Internet aqui: http://www.schwartzman.org.br/simon/see_soc.pdf   
A sociologia, quando bem dada, mostra para as pessoas que existem muitas maneiras diferentes de entender o mundo. Este programa visa o contrário, ou seja, inculcar nos jovens uma visão de mundo particular e empobrecida.
Temo que os programas que estão sendo feitos para outros estados poderão parecidos, ou piores. Penso que a Sociedade Brasileira de Sociologia, ou os sociólogos mais ativos que a compõem, deveriam tomar uma posição pública sobre isto, inclusive sugerindo um programa minimo mais razoável. Não seria difícil, existem muitos bons exemplos na internet, inclusive o sumário da Wikipedia em português, que podem servir de referência: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia  

Simon Schwartzman. Acesse aqui a página de Schwartzman: