29 julho, 2007

Filosofia e Sociologia Devem Apresentar os Clássicos aos Estudantes

1° Encontro Nacional sobre Filosofia e Sociologia discute inclusão das duas ciências como disciplinas no Ensino Médio

"Existem alguns textos com os quais não precisamos concordar, mas sem os quais não conseguimos pensar. Devemos colocar a serviço da educação dos nossos jovens os textos clássicos de Sociologia e de Filosofia".

A fala é do filosofo e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Emanuel Appel, que participou do 1º Encontro Nacional sobre Sociologia e Filosofia, em São Paulo.

O encontro teve como principal motivação a inclusão das duas ciências como disciplinas nas escolas brasileiras de Ensino Médio, conforme o Parecer nº 38, assinado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), em julho de 2006.

A Sociologia já foi matéria obrigatória entre 1925 e 1942. Depois desse período, várias escolas continuaram com a disciplina, mesmo sendo optativa. Enquanto isso, o governo nunca exigiu o ensino de Filosofia.

Segundo Appel, a presença das duas ciências no Ensino Médio traz a possibilidade dos professores resgatarem nos estudantes um espírito crítico, que há muito tempo foi submerso pela indústria cultural.

"A indústria cultural traz tudo pronto e os jovens na maioria das vezes não discutem. Devemos modificar isso e tanto a Sociologia quanto a Filosofia são instrumentos de questionamento", disse.

Para que isso aconteça, o melhor método é levar aos estudantes leituras de primeira mão.

"Concordo que não devemos aplicar a bibliografia de graduação no Ensino Médio, mas o ensino da Filosofia não pode ser separado da leitura dos pequenos textos dos grandes filósofos", explicou Appel, dizendo que a regra também deve ser aplicada para a Sociologia.

Apesar do otimismo de Appel, a situação do Ensino Médio brasileiro não é muito propício para sonhos.

"O Ensino Médio vive uma crise de identidade, de eqüidade e qualidade. Uma a cada três escola não tem biblioteca. Faltam professores de Química e Matemática. Apenas 8% dos professores de Física têm formação específica de licenciatura na área", lembrou alguns dados o vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). "É um desafio monumental", completou.

"O único dado positivo em relação ao Ensino Médio é que 85% dos jovens estão matriculados em escolas públicas. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) pode melhorar a situação, pois incluiu o Ensino Médio na divisão dos recursos. Mesmo assim, devemos observar o passado e verificar o que fizemos de bom e de ruim. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) – que antecedeu o Fundeb –, por exemplo, colocou as crianças na escola, mas que escola é essa?", disse Lúcia Lodi, coordenadora do Ensino Médio da Secretaria de Educação Básica do MEC.

Mesmo diante de tantos desafios, Appel mantém a posição de que os clássicos devem ser levados aos jovens estudantes.

"Vai demorar para observarmos os resultados, mas devemos convocar os alunos para encarar a perplexidade dos conceitos. Não devemos subestimar a capacidade crítica dos jovens estudantes", conclui o filósofo.
(Envolverde/Aprendiz)

Notícias Encontro Nacional em São Paulo

Notícias sobre o 1º Encontro Nacional sobre Ensino de Sociologia e Filosofia
Boletim nº 7 de 17 de Julho de 2007

Car@s amig@s: Desde nosso último boletim nº 6, de 12 de junho, transcorreu 35 dias. Conforme amplamente noticiado, tivemos que adiar o evento em função das dificuldades de liberação de recursos do MEC para hospedagem e alimentação. Desta feita, agora tudo resolvido nessa área, estamos a menos de cinco dias da abertura da realização de nosso esperado 1º Encontro nacional. Cabe-nos neste momento transmitir a tod@s os colegas do país, professores de filosofia, representantes de estudantes e de professores em geral, membros de secretarias da educação, as últimas notícias, as nossas orientações finais, ainda que vamos fazer outros boletins antes do Encontro.

1. Hotel do Encontro – Foi finalmente definido pela agência vencedora da licitação qual será o local onde todos ficarão hospedados. Será no Hotel Excelsior, localizado no seguinte endereço: Avenida Ipiranga, nº 770 – Centro – Praça da República (quase esquina com a Avenida São João, lá mesmo, na música Sampa do Caetano, próximo da estação República do Metrô, linha 3, vermelha, Leste-Oeste). Fone do hotel de sua central de reservas: 11-3331-0377. Esse hotel fica a uns quatro quilômetros do Anhembi, mas a agência operadora vai disponibilizar traslado de ida-e-volta para o Auditório “Elis Regina” no Anhembi. Aos que chegarem um ou mais dias antes ou que saírem depois do término do Encontro, acertarão as suas diárias a mais diretamente com o Hotel, ao mesmo preço que estamos pagando por quarto duplo (R$80,00).

2. Horário de chegada e saída – As delegações devem chegar a partir das 12h do dia 22 de julho, domingo e estamos vendo a possibilidade de que o credenciamento (crachás e pastas) ser feito no hotel ou na própria Apeoesp, que fica na Praça da República 282 (cem metros do Hotel). Esses detalhes informaremos no próximo boletim. A saída deve ser no dia 24 de julho, a partir das 12h, terça-feira (estamos negociando com o Hotel uma ampliação disso para desocupar os quartos).

3. Balanço das inscrições – Sabemos que com o adiamento, muitas pessoas não puderam comparecer nas datas possíveis (aliás, só tivemos essa data, que eram os únicos três dias corridos, em julho, disponível na agenda do Anhembi; se não fosse agora, somente em outubro). Ainda assim, o Encontro, que foi formatado para 700 participantes, tem, até o momento, em torno de 450 a 500 inscrições. O balanço que fazemos é o seguinte, pelas respectivas entidades e suas cotas de vagas:

3.1. Estudantes universitários da UNE – tem direito a cem vagas, mas temos apenas sete inscritos;
3.2. Estudantes secundaristas – tem direito a 30 vagas, mas até agora nenhum inscrito;
3.3. Sociólogos – tem direito a 30 vagas, mas inscreveram apenas 16 até agora;
3.4. Professores da rede pública – tem direito a 70 vagas, pagaram a sua cota total, mas inscreveram 45 professores até agora (pode-se chegar até a 120 participantes);
3.5. Professores da rede privada – tem direito a 70 vagas, pagaram por sua cota total, mas inscreveram até agora apenas 40 professores;
3.6. Secretarias da Educação (Consed) – tem direito a 54 vagas (dois por estado), mas até agora inscreveram apenas 10 representantes;
3.7. Sociedades científicas (SBS. FSBEF, ANPOF e ANFOPE) – tem direito a 40 vagas, mas até o momento inscreveram apenas no máximo 20 vagas;
3.8. Curso de CS, Laboratórios de Ensino e Cursos de Filosofia – tem direito a até 220 vagas, mas até o momento inscreveram apenas 70 cursos;
3.9. Apeoesp – tem direito a até 300 vagas e já estão com 264 inscritos e devem completar a sua cota;
3.10. Observadores – fixamos até 70 vagas e até o momento estamos com 30 inscritos.

Assim, como todos podem observar, temos ainda vagas disponíveis, com direito a alimentação e hospedagem (o valor que o sistema gera de cobrança de boleto, ao qual estamos chamando de doação, é para cobrir exatamente a parte que os patrocinadores não cobriram, como o MEC, SESC e CEF). Fazemos um apelo a todas as entidades para que se esforcem nesta reta final e cumpram as suas metas de inscrição, as suas cotas ou que, pelo menos, acertem os valores de suas cotas-partes para que a coordenação não fique com dívidas na praça (um evento dessa natureza, coletivo, envolvendo 11 entidades, é difícil de ser organizado e todos devem colaborar para que não fiquemos com déficit);

4. Alimentação – o sistema de apoio que recebemos do MEC implicará no seguinte: a) abertura um coquetel (no primeiro dia não teremos jantar). Nos dias seguintes, segunda e terça, teremos almoço e jantar, servidos diretamente no Anhembi, em local próximo ao auditório "Elis Regina", nos horários que compreende das 12h30 às 14h e 18h às 19h30, bem como sempre um pequeno intervalo para o café, nos horários das 10h30 e 15h30;



5. Estandes – Na parte coberta do auditório “Elis Regina”, teremos apenas e tão somente dois estandes, o do SESC e da Editora Escala, que edita as revistas “Sociologia” e “Filosofia”, que nos ajudaram muito. Cada estande desses terá nove metros quadrados. Fora do auditório, sem garantia de cobertura, outras livrarias, editoras e entidades montarão diversos pequenos estandes menores, todos credenciados pela comissão organizadora;

6. Pastas – Começarão a ser montadas nesta quinta-feira e conterão todos os documentos selecionados pelas entidades que compõem a comissão organizadora, que serão xerocadas em número de até 700 originais. Tais pastas terão ainda revistas e outros materiais cedidos por editoras e entidades, desde que sejam gratuitos e que se deseje que sejam distribuídos aos participantes do 1º Encontro. Nas pastas teremos a programação oficial e detalhada, a dinâmica da mesa de abertura, o regimento interno, as propostas que a comissão organizadora apresenta ao debate, bem como as OCNs de ambas as disciplinas, a resolução 04/06 e o parecer 38/06 entre outros documentos;

7. Chegada no aeroporto – Não haverá traslado entre o aeroporto e o hotel, portanto cada um deve se virar por si próprio. Quem vier por Congonhas, em frente ao aeroporto tem a Avenida Washington Luiz/Rubem Berta, fartamente servida por ônibus que vem ao centro da cidade ou a uma estação do metrô (várias opções). Depois é só chegar até a estação República e já esta no Hotel Excelsior. Teremos traslados para os convidados e palestristas das mesas temáticas;

8. Reunião da executiva – Próxima reunião ocorrerá nesta quarta-feira, dia 18 de julho, a partir das 14h na sede da Apeoesp, que fica na Praça da República, nº 282, sala de reuniões do 6º andar (confirmações de presença das 11 entidades pelo fone 11-3350-6060 com a Profª Nella ou justificativas de presença). São membros da Comissão Executiva do 1º Encontro Nacional sobre Ensino de S&F: Prof. Lejeune Mato Grosso Xavier de Carvalho (Sinsesp); Prof. Douglas Izzo (Apeoesp); Prof. Paulo Neves (Apeoesp); Profª Fátima Carvalho (Apeoesp); Prof. Júlio Goulart (Apeoesp); Prof. Fábio Santos de Moraes (CNTE); Daniela Costa (UNE); Gerson Marques (Ubes); Prof. Léo Tavares (Apeoesp); Prof. Aldo Santos (Apeoesp) e Profª Nella Gonçalves (Secretária Executiva);

9. Reunião da coordenação Nacional – 11ª e última reunião da Coordenação Nacional, com todas as 11 entidades organizadoras e parceiras, ocorrerá no próximo domingo, dia da abertura do Encontro, dia 22 de julho, a partir das 10h até as 13h na sede da Apeoesp, Mezanino, Praça da República, nº 282, Centro. São membros da Comissão Organizadora Nacional: Profª Maria Isabel Noronha, Prof. Paulo Neves e Douglas Izzo (Diretores do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP), Prof. Heleno Araújo Filho (Diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Prof. José Tadeu Almeida (Diretor Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), Prof. Emmanuel Appel (Co-Coordenador do Fórum Sul Brasileiro de Filosofia e Ensino, UFPR), Thiago Franco (Presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas), Prof. Dr. Álvaro Valls (Presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia, Unisinos), Prof. Dr. Tom Dwyer (Presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia, Unicamp), Prof. Lejeune Mato Grosso Xavier de Carvalho (Vice-Presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de SP), Profª Drª Helena Costa Lopes de Freitas (Presidente da Associação Nacional pela Formação de Profissionais da Educação, Unicamp), Lúcia Stumff (Presidente da União Nacional dos Estudantes) e Prof. MS. Erlando Rêses (Rede Pública do Distrito Federal, UnB).

Esperamos que tod@s possam ampliar a nossa divulgação das informações que constam deste nosso Boletim nº 7, divulgando-o para todas as suas listas pessoais de endereços eletrônicos. Esperamos que tod@s possam se esforçar ainda para realizar as suas inscrições, sejam elas pessoais ou corporativas, como representantes de suas entidades, pois ainda temos vagas disponíveis dentro da formatação que idealizamos.

Ficamos por aqui até o nosso próximo boletim. Abraços a tod@s do amigo e colega

Forte abraço a tod@s e até o próximo boletim

1º Encontro Nacional sobre Ensino de Sociologia e Filosofia em São Paulo

Aberto com sucesso o 1º Encontro Nacional sobre Ensino de Sociologia e Filosofia em São Paulo

Preparado que vinha sendo desde julho do ano passado, quando a CEBCNE aprovou por unanimidade a obrigatoriedade do ensino de S&F em todas as quase 25 mil escolas públicas e privadas de Ensino Médio no país, abriu ontem, dia 22 de julho de 2007, no auditório “Elis Regina”, com a presença de todos os 27 estados brasileiros e quase 700 participantes.

Compuseram a mesa diretora dos trabalhos os representantes das seguintes entidades e personalidades, que fizeram uso da palavra: a Profª Drª Helena Costa Lopes de Freitas – Presidente da Associação Nacional Pela Formação de Profissionais em Educação; Prof. Emmanuel Appel – Co-Coordenador do Fórum Sul Brasileiro de Filosofia e Ensino; Thiago Franco – Presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas; Profª Drª Ileizi Fiorelli – Representante da Sociedade Brasileira de Sociologia; Prof. Dr. Álvaro Valls – Presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia; Prof. José Tadeu – Diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino; Prof. Denílson Bento da Costa – Diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação; Prof. Adeum Sauer – Vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação e Secretário da Educação do Estado da Bahia; Lúcia Stumff – Presidente da União Nacional dos Estudantes; Prof. Lejeune Mato Grosso Xavier de Carvalho – Vice-Presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo; Prof. Carlos Ramiro de Castro – Presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo.

Também se pronunciaram as seguintes autoridades: jornalista Audálio Dantas, diretor da Associação Brasileira de Imprensa – ABI; Prof. Francisco de Assis Ferreira, dirigente da Central Única dos Trabalhadores – CUT, professor de filosofia e diretor da Apeoesp; Sociólogo Carlos Cabral, representando neste ato o diretor regional do SESC/SP, Danilo Santos Miranda; Profª Drª Lúcia Helena Loddi, Diretora do Ensino Básico do MEC, neste ato representando sua Excelência o Senhor Ministro de Estado da Educação, Prof. Dr. Fernando Haddad.

Todos, de pé, ouviram o Hino Nacional Brasileiro.

Após isso, passou-se, então, a realização de homenagens a pessoas que apoiaram a luta pela aprovação da S&F ao longo dos últimos anos em nosso país e que se fizeram presentes neste evento.

O Prof. Lejeune Mato Grosso – Vice-Presidente do Sinsesp, homenageou o Deputado Ribamar Alves (PSB/MA); o Prof. Douglas Izzo – Diretor da Apeoesp homenageou o Sociólogo e Prof. Adeum Sauer, membro do Conselho Nacional de Educação – CNE, Relator da obrigatoriedade do ensino de Sociologia e Filosofia, vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação – CONSED e atual secretário da Educação da Bahia; a estudante Lúcia Stumff – Presidente da UNE homenageou o Sociólogo César Calegari, membro do CNE e um dos Relatores do Parecer 38/06 que obrigada o ensino de S&F e secretário de educação de Taboão da Serra e por fim, o Prof. Denílson Costa, Diretor da CNTE, homenageou a Profª Maria Izabel Noronha, Diretora da Apeoesp e Conselheira da CEB/CNE, que se encontra impossibilitada de vir à abertura, por problemas de saúde na família. Bebel foi representada no ato pelo Profa Carlos Ramiro de Castro.

O ato público de abertura dos trabalhos foi encerrado pela falação da representante do Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Educação, Prof. Dr. Fernando Haddad, à Profª Drª Lúcia Loddi, Diretora de Ensino Básico do MEC.

Ao final, todos foram convidados a participar de um coquetel de abertura ao som do nosso querido Francisco Gretter que acontecerá no saguão do auditório.

1º Encontro Nacional sobre Ensino de Sociologia e Filosofia

“Sociologia e Filosofia e as Orientações voltadas à
Construção de uma Escola Crítica no Século XXI”

Programa Oficial do 1º Encontro

Dia 22 de julho de 2007 – Domingo – 17h


Abertura solene –– Auditório “Elis Regina” do Palácio das Convenções do Anhembi – Composição de todas as dez entidades promotoras do Encontro, através de seus presidentes ou seus representantes e mais Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Educação, Prof. Dr. Fernando Haddad e demais autoridades nacionais e estaduais, bem como entidades representativas da sociedade civil que apoiaram a luta pela obrigatoriedade da S&F.

20h30 – Show Cultural com músicas latino-americanas, brasileiras sob coordenação do filósofo e cancioneiro popular Chico Gretter.

Coquetel de abertura

Dia 23 de julho de 2007 – Segunda-feira


Das 9h às 12h
Mesa unificada sobre Ensino Médio – Auditório “Elis Regina” do Anhembi – Prof. Emmanuel Appel (UFPR), Prof. Drª Clélia Brandão Alvarenga Craveiro, presidente da Câmara de Ensino Básico do CNE, Prof. Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, Secretária Nacional de Ensino Básico do MEC e Profª Drª Maria Helena Guimarães de Castro (Secretária da Educação do DF e Vice-Presidente do CONSED). Coordenação: Prof. Carlos Ramiro de Castro (Presidente da Apeoesp) e Relatoria: Thiago franco (Presidente da Ubes).

Haverá um intervalo para café das 10h30 às 10h45.

Almoço – das 12h às 13h

Das 13h às 14h – Ato Público pela implantação da “Sociologia & Filosofia Já!” – Coordenação do Coletivo Estadual de Professores de S&F no Auditório “Elis Regina”.

Das 14h às 18h

Mesa de Sociologia (Conteúdos) – Auditório “Elis Regina” – Palestrantes: Prof. Dr. Nelson Dácio Tomazi (UEL) e Profª Drª Maria Cristina Castilho Costa (ECA/USP). Coordenação: Profª Drª Ileizi Fiorelli (Representante da SBS/UEL) e Relatoria: Prof. José Tadeu de Almeida (Diretor da CONTEE).

Mesa de Filosofia (Conteúdos) – Auditório “9” do Anhembi – Palestrantes: Dr. Celso Favareto (USP) e Prof. Dr. João Carlos Sales (UFBA). Coordenação: Prof. Dr. José Veríssimo (FSBEF) e Relatoria: Lúcia Stumff (Presidente da UNE).

Intervalo para café das 15h30 às 15h45

Jantar a partir das 19h no próprio Anhembi. Noite livre

Dia 24 de julho de 2007 – terça-feira


Das 9h às 12h30

Mesa de Sociologia (Metodologias) – Auditório “Elis Regina” – Palestrantes: Profª Drª Elisabeth Fonseca Guimarães (UFU) e Profª Drª Ileizi Fiorelli (UEL). Coordenação: Prof. Heleno Araújo Filho (diretor da CNTE) e Relatoria: Prof. Lejeune Mato Grosso Xavier de Carvalho (Vice-presidente do Sinsesp).

Mesa de Filosofia (Metodologias) – Auditório “9” Anhembi – Palestrantes: Prof. Dr. Sílvio Gallo (Unicamp) e Prof. Dr. Antônio Joaquim Severino (FEUSP). Coordenação: Profª Drª Helena Lopes de Freitas (Presidente da Anfope/Unicamp) e Relatoria: Prof. Dr. Álvaro Valls (Presidente da Anpof/Unisinos).

Intervalo para café das 10h30 às 10h45

Almoço das 12h30 ás 14h (desocupação dos quartos nos hotéis)

Das 14h às 16h


Plenária de Conclusões de Sociologia – Auditório “Elis Regina” – Coordenação: Prof. Dr. Tom Dwyer e Relatoria: Prof. Lejeune Mato Grosso de Carvalho.

Plenária de Conclusões de Filosofia – Auditório “9” do Anhembi – Coordenação: Prof. Emmanuel Appel e Relatoria: Prof. Aldo Santos.

Intervalo para o café das 16h às 16h30 e para relatores prepararem os documentos para a Plenária Final.

Das 16h30 às 18h – Plenária Geral Unificada de Encerramento – Auditório “Elis Regina” – Coordenação Geral: Professores Carlos Ramiro de Castro (Apeoesp) e Lejeune Mato Grosso de Carvalho (Sinsesp), juntamente com Paulo Neves e Douglas Izzo.

19h – Jantar no próprio Anhembi e encerramento do Encontro.

07 julho, 2007

A RELIGAÇÃO DOS SABERES

LABORATÓRIO DE ENSINO EM CIÊNCIA SOCIAIS

III SEMINÁRIO DE LICENCIATURA EM SOCIOLOGIA

MINI CURSO: A RELIGAÇÃO DOS SABERES: O Desafio do Século XXI

Guia de Orientação Proposto por Edgar Morin nas
Jornadas Temáticas para o Ensino Médio
na França em 1998.

Coordenador do Mini-Curso:
Professor Alexandre Corrêa (DEPSAN/UFMA)

Data, Horário e Local:
12 e 13 de novembro, às 18 Horas na Sala Multimídia CCH UFMA.

MINI CURSO: A RELIGAÇÃO DOS SABERES O Desafio do Século XXI Guia de Orientação Proposto por Edgar Morin nas Jornadas Temáticas para o Ensino Médio na França em 1998.

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QUEM É EDGAR MORIN

Nasceu em Paris, no ano de 1921. Aderiu ao Partido Comunista na Resistência Francesa à ocupação nazista, durante à II Guerra Mundial. Em 1951 foi excluído do Partido por lutar contra o Estalinismo. A partir de 1957, pesquisa sobre temas políticos, marcado pela vontade de repensar a teoria da ação revolucionária, para além da “vulagata marxista” e do “comunismo de aparelho”. Neste esforço, engaja-se na Revista Arguments, sendo seu diretor entre 1957 e 1963. Nesse período escreve o texto Introduction à une politique de l’homme. No mesmo trajeto percebe que se necessita cada vez mais de uma antropossociologia fundamental que se enraíze no mondo físico e biológico (Lê paradigme perdu, 1973; La méthode, I à IV). Desde então seu trabalho tem sido no sentido de formular uma antropolitica que reflita sobre os problemas colocados por uma transformação social que promova um novo renascimento da Humanidade.

PRINCIPAIS OBRAS PUBLICADAS

MORIN, Edgar. A epistemologia da complexidade. Porto Alegre: ArtMed. 1990
____. O paradigma perdido. Lisboa: Europa-América. 1991
____. O método IV: as idéias. Lisboa: Europa-América. 1992
____. Terra-pátria. Lisboa: Instituto Piaget. 1993
____. Ciência com Consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 1996
____. X da questão: o sujeito à flor da pele. Porto Alegre: ArtMed. 2003

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“As Ciências Humanas abrangerão as Ciências Naturais,
as Ciências Naturais abrangerão as Ciências Humanas”.
Karl Marx. Manuscrito Econômico-filosófico.

“Após terem forçosamente dividido e abstraído um pouco excessivamente, é preciso que os sociólogos se esforcem para recompor o todo. Encontrarão assim dados fecundos”.
Marcel Mauss. Sociologia e Antropologia.

“A tarefa das Ciências Humanas é reintegrar a cultura na natureza,
e finalmente, a vida no conjunto das condições físico-químicas”.
Lévi-Strauss. Pensamento Selvagem.

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“No fundo dos sistemas sociais aparece uma infra-estrutura formal, somos mesmo tentados a falar num pensamento inconsciente, uma antecipação do espírito humano, como se nossa ciência já estivesse feita nas coisas, e como se a ordem humana da cultura fosse uma segunda ordem natural, dominada por outros invariantes”.

“Na medida em que a função simbólica está avançada frente ao dado, inevitavelmente o todo da ordem da cultura que ela carrega tende a embaralhar-se. A antítese entre a Natureza e a Cultura torna-se menos nítida”.
Maurice Merleau-Ponty. De Mauss à Lévi-Strauss.

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OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA

UM DUPLO PROBLEMA DE IMPORTÂNCIA PRIMORDIAL:

1. O desafio da globalidade, isto é, a inadequação cada vez mais ampla, profunda e grave entre um saber fragmentado em elementos desconjuntados e compartimentados nas disciplinas de um lado e, de outro, entre as realidades multidimensionais, globais, transnacionais, planetárias e os problemas cada vez mais transversais, polidisicplinares e até mesmo transdisciplinares.

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2. A não-pertinência, portanto, de nosso modo de conhecimento e de ensino, que nos leva a separar (os objetos de seu meio, as disciplinas umas das outras) e não reunir aquilo que, entretanto, faz parte de um “mesmo tecido”. A inteligência que só sabe separar espedaça o complexo do mundo em fragmentos desconjuntados, fraciona os problemas. Assim, quanto mais problemas tornam-se multidimensionais, maior é a incapacidade para pensar sua multidimensionalidade; quanto mais eles se tornam planetários, menos são pensados enquanto tais. Incapaz de encarar o contexto e o complexo planetário, a inteligência torna-se cega e irresponsável.

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A ADEQUAÇÃO ÀS FINALIDADES EDUCATIVAS.

A primeira é a adequação de todas as disciplinas, científicas e humanas, às finalidades educativas fundamentais, que acabaram sendo ocultadas pelas fragmentações disciplinares e pelas compartimentações entre essas duas diferentes culturas:

1) formar espíritos capazes de organizar seus conhecimentos em vez de armazená-los por uma acumulação de saberes: “Antes uma cabeça bem feita que uma cabeça muito cheia”, Montaigne;
2) ensinar a condição humana: “Nosso verdadeiro estudo é o da condição humana”, J.J. Rousseau, Emile);
3) ensinar a viver: “Viver é o ofício que lhe quero ensinar”, Émile);
4) refazer uma escola da cidadania.

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ENSINAR A CONDIÇÃO HUMANA:

A condição humana encontra-se totalmente ausente do ensino atual, que a desintegra em fragmentos desconjuntados. Ora, os recentes desenvolvimentos das ciências naturais e da tradição mais relevante da cultura humanista permitiriam um ensino que fizesse convergir todas as disciplinas, no sentido de fazer com que cada jovem espírito se conscientize do significado de ser humano.

APRENDER A VIVER:

Significa preparar os espíritos para afrontar as incertezas e os problemas da existência humana. O ensino da incerteza que caracteriza o mundo deve partir das ciências: elas mostram o caráter aleatório, acidental, até mesmo cataclísmico, às vezes, da história do cosmos.

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O APRENDIZADO DA CIDADANIA:

Necessitará de um ensinamento, totalmente inexistente hoje, do que é uma nação. A história do Brasil situará o aluno na condição de cidadão brasileiro no seio de sua nação, de sua cultura, de sua comunidade de destino. A aprendizagem da cidadania incluirá também, pelas vias da história da América Latina, da Europa e da história planetária (isto é, os tempos modernos), a possibilidade de desenvolver em cada um a cidadania latino-americana e a cidadania do planeta Terra. Nosso ensino deve contribuir para o enraizamento de cada jovem brasileiro em sua história e cultura e, ao mesmo tempo, demonstrar que esta cultura e esta história estão ligadas à da América Latina, da Europa e à do próprio mundo.

A FINALIDADE DA “CABEÇA BEM FEITA”:

Ela trata de um ponto que se encontra igualmente ausente do ensino e que deveria ser considerado como essencial: a arte de organizar seu próprio pensamento, de religar e, ao mesmo tempo, diferenciar. Trata-se de favorecer a aptidão natural do espírito humano a contextualizar e a globalizar, isto é, a relacionar cada informação e cada conhecimento a seu contexto e conjunto. Trata-se de reforçar a aptidão a interrogar e a ligar o saber à dúvida, de desenvolver a aptidão para integrar o saber particular em sua própria vida e não somente a um contexto global, a aptidão para colocar a si mesmo os problemas fundamentais de sua própria condição e de seu tempo.

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A ADEQUAÇÃO DOS “OBJETOS” NATURAIS E CULTURAIS:

As disciplinas deveriam apresentar uma adequação a “objetos” que sejam a um só tempo naturais e culturais, como o mundo, a Terra, a vida, a humanidade. Eles são naturais porque são percebidos por cada um em sua globalidade e parecem-nos evidentes. Ora, esses objetos naturais desapareceram do ensino; eles encontram-se retalhadas e dissolvidos não somente pelas disciplinas físicas e químicas, mas também pelas biológicas (posto que as disciplinas biológicas tratam de moléculas, genes, comportamentos, etc. e rejeitam a própria noção de vida, considerada como inútil); da mesma forma, as ciências humanas retalharam e ocultaram o humano enquanto tal, e os teóricos do estruturalismo chegaram mesmo à presunção de pensar que era preciso dissolver a noção de homem.
Esses objetos naturais são imediatamente identificáveis por qualquer adolescente. Eles correspondem a temas que estiveram todo o tempo presentes em nossos ensaios e poemas, a problemas que incessantemente foram colocados por nossa tradição cultural e que permanecem vivos. Eles correspondem às curiosidades naturais da criança e do adolescente e, aliás, deveriam permanecer como curiosidade também para o adulto. Com os “objetos” naturais, nós reencontramos as grandes perguntas que por todo tempo agitaram a consciência humana e que todo adolescente faz a si mesmo: quem somos, onde estamos, de onde vimos, para onde vamos? Nós revigoramos as interrogações que foram sustentadas por nossa literatura e nossa filosofia e que se encontram hoje alimentadas, enriquecidas e renovadas pelas grandes aquisições das ciências contemporâneas.
Enquanto fragmentado, o saber não oferece nem sentido, nem interesse, ao passo que, respondendo às interrogações e curiosidades, ele interessa e assume sentido.

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OS SETE SABERES NECESSÁRIOS À EDUCAÇÃO DO FUTURO - UNESCO.

Por iniciativa da UNESCO e de seu então Presidente, Federico Mayor, em 1999, Edgar Morin foi solicitado a sistematizar um conjunto de reflexões que servissem como ponto de partida para se repensar a Educação do próximo milênio.

1. Educação – Filosofia;
2. Educação – Finalidades e Objetivos;
3. Interdisciplinaridade e Conhecimento;
4. Interdisciplinaridade na Educação.

TÓPICOS FUNDAMENTAIS:

Sugeridos por Edgard de Assis Carvalho (PUC/SP):

1. A Educação do Futuro exige um esforço transdisciplinar que seja capaz de rejuntar ciências e humanidades e romper com a oposição entre natureza e cultura;
2. Proposta de um novo desafio cognitivo aos pensadores empenhados em repensar os rumos que as instituições educacionais terão de assumir;
3. Esforço comum de superar a inércia da fragmentação e da excessiva disciplinarização;
4. Mobilizar frentes de luta e formas concretas de ação que detenha a clausura e o enquistamento do Conhecimento, que atinge o Ensino em todas os seus níveis;
5. Buscar a Superação do “Grande Paradigma do Ocidente, disjuntor do sujeito e do objeto, da alma e do corpo, da existência e da essência.

Alguns Princípios Básicos:

- É preciso deixar-se contaminar pelo “princípio da incerteza racional”;
- Descobrir que a razão e a desrazão integram qualquer tipo de cognição;
- Resgatar a unidualidade do humano;
- Reaprender a rejuntar a parte e o todo, o texto e o contexto, o global e o planetário;
- Enfrentar os paradoxos que o desenvolvimento tecnoeconômico: globalizante de um lado e excludente de outro;
- Rerconhecer as novas formas de solidariedade e responsabilidade;
- Estimular a unidade da diversidade contras as tendências bestializadoras do pensamento único.

A Educação do Futuro deve ter como Prioridade ensinar a “ÉTICA DA COMPREENSÃO PLANETÁRIA”

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OS SETE SABERES NECESSÁRIOS
À EDUCAÇÃO DO FUTURO.

Objetivo da Obra:

APRESENTAÇÃO DOS PROBLEMAS CENTRAIS OU FUNDAMENTAIS QUE PERMANECEM TOTALMENTE IGNORADOS OU ESQUECIDOS E QUE SÃO NECESSÁRIOS PARA SE ENSINAR NO PRÓXIMO SÉCULO.

Há Sete Saberes “Fundamentais” que a educação do futuro deveria tratar em toda sociedade e em toda cultura, sem exclusividade nem rejeição, segundo modelos e regras próprias a cada sociedade e a cada cultura.

Lembrar: O saber científico sobre o qual este texto se apóia para situar a condição humana não só é provisório, mas também desemboca em profundos mistérios referentes ao Universo, à Vida, ao nascimento do ser humano. Aqui se abre um indecidível, no qual intervêm opções filosóficas e crenças religiosas através de culturas e civilizações.

SINDICATO DOS SOCIÓLOGOS DO MARANHÃO

O MEDO DA SOCIOLOGIA

O Medo da Sociologia

Alderico José Santos Almeida
Presidente do Sindicato dos Sociólogos (MA)

Desde a realização do Congresso Nacional dos Sociólogos, em Salvador (BA), em 1994, as questões que mais se tem debatido, entre outras importantes abordadas pela categoria em eventos científicos, são mercado de trabalho e a obrigatoriedade do ensino da Sociologia nas escolas do país.

Ressalte-se, primeiramente, que tais questões já estão definidas no seu bojo, por meio de normas legais. No primeiro caso, o Decreto nº. 89.531 de 05 de abril de 1984, que regulamentou a profissão de sociólogo, determina no seu Artigo 3º que: “Os órgãos públicos e as entidades privadas quando encarregadas da elaboração e execução de planos, estudos, programas e projetos socioeconômicos manterão sociólogos legalmente habilitados em seu quadro de pessoal...” . Porém, esta lei não é respeitada pelos próprios poderes públicos.

No Maranhão, em particular, existe uma lei (nº. 8.150, de 22 de junho de 2004), cujo projeto de lei (nº. 189/2003) é do Deputado César Pires, que tornou obrigatório o ensino da Sociologia em todas as escolas de ensino fundamental e médio do Estado. Esta também não é cumprida pela grande maioria das escolas e, tampouco, os órgãos públicos constituídos desenvolvem alguma ação para ser efetivada.

No entanto, a categoria organizada sob forma de Sindicatos e Federação tem lutado bravamente para que tais normas sejam cumpridas, respeitadas eticamente e efetivadas pelas instituições públicas e privadas.

Porém, o lobby é muito forte. Inicia-se no Congresso Nacional, passa pelo Executivo Federal e consolida-se na omissão, na arrogância e na apatia dos Conselhos de Educação nos Estados. Vide exemplos (maus) de algumas decisões do Conselho de Educação de São Paulo, o qual deixou de cumprir determinações do Conselho Nacional e do MEC. Qual o temor?

Quem não se lembra do fato de o Sociólogo e Presidente Fernando Henrique ter vetado o ensino da Sociologia no país, em razão das pressões advindas, principalmente, da grande maioria dos empresários de ensino e de poderosos Conselhos de Educação? Por que tanto medo do alunado adquirir uma consciência crítica ?

Aliás, essa discussão é permeada de argumentos contraditórios e atitudes irônicas. Se se for analisar os regimentos das escolas deste país (parece até cópia um do outro) verificar-se-á que uma de suas principais propostas pedagógicas é a de estimular o aluno a despertar o senso crítico e refletir a sua realidade social e política.

Mas, como se sabe, tal proposta não passa de retórica e já virou bordão. Pois, qual é a escola que incentiva o aluno a questionar, principalmente, o próprio modelo pedagógico em que ele está inserido?

Por outro lado, na questão do mercado de trabalho, constata-se, através das ações dos órgãos públicos no Maranhão, que quando necessitam realizar um estudo, um projeto ou uma pesquisa atinente à realidade social do estado, contratam empresas de fora, as quais são dirigidas em sua maioria justamente por sociólogos.

Aliás, pelos estudos realizados até aqui, o Maranhão é o único estado brasileiro - é cada estatística deplorável que este estado carrega - que não possui no quadro de pessoal das administrações públicas (Legislativo Estadual, Câmaras Municipais, Executivos Estadual e dos Municípios, aí incluindo São Luís) o cargo de sociólogo. Por que isso acontece? Será que ainda é resquício da ditadura militar?

Como se sabe, historicamente, foram os sociólogos que sempre conduziram as lutas nacionais. E nesse período muitos colegas foram os primeiros alvos para a consolidação da censura, das perseguições políticas, do medo, do terror e do autoritarismo imposto por aquele regime, como é o caso de Florestan Fernandes, Herbeth Sousa (o Betinho), Darcy Ribeiro, Gilberto Freyre e tantos outros.

Dessa época para cá já houve muitos avanços conquistados pela categoria: a regulamentação da profissão, o reconhecimento da importância da ciência social pela comunidade científica e a abertura de concursos públicos. Só para ilustrar: no quadro de pessoal da Prefeitura de São Paulo existem mais de 200 sociólogos e atualmente encontram-se abertas as inscrições para sociólogos na Prefeitura de Guarulhos e na Câmara Municipal de São Paulo, cujo salário inicial é de R$ 5.137,57 (cinco mil, cento e trinta e sete reais e cinqüenta e sete centavos).

Portanto, a proposta da categoria é a de recuperar o tempo perdido de quase meio século de ausência da disciplina dos currículos escolares do país, quando foi banida das escolas.Tal censura refletiu e ainda reflete nas relações de poder que se estruturam nas instituições públicas e privadas, ao ponto de a maioria das pessoas se acovardarem ou se sentirem intimidadas diante de determinadas situações que se reagidas de outro modo (que não fossem o emudecimento ou a indiferença) ao invés da indignação, certamente contribuiriam para as grandes transformações de que o Estado necessita e para a sua conseqüente justiça social.

Talvez seja esse o caso daqueles que insistem manter o “status quo”, pois ninguém mais do que eles sabe dos benefícios que tal situação possa lhes trazer. Daí o medo da ciência que investiga, propõe medidas de intervenção, questiona, incomoda e contribui para a formação de uma consciência crítica.

Mestrando em Ciência Política (PUC-SP) E-mail: soderico@terra.com.br