20 janeiro, 2007

Cronologia sobre Ensino de Sociologia no Brasil

Cronologia histórica da Sociologia e da organização Estadual e
Nacional e dos Sociólogos no Brasil e de sua profissionalização


Lejeune Mato Grosso Xavier de Carvalho e
Sérgio Sanandaj Mattos

Este trabalho é resultado de estudos e pesquisas sobre a profissão e a categoria dos sociólogos, realizados pelos autores, de forma sistemática ou intermitente, entre os anos de 1988 e 1996. Reflete, em grande parte, a participação atuante nos movimentos de sociólogos, em Congressos acadêmicos e sindicais, bem como a prática política em entidades representativas e organizativas da categoria.

Os documentos a que os autores tiveram acesso para serem reunidos na forma que serão publicados são basicamente os seguintes: 1. Acervo documental das entidades de sociólogos, em especial as do Estado de São Paulo; 2. Documentos, textos e trabalhos apresentados em Congresso nacionais e estaduais da categoria (alguns não publicados) e 3. Eventuais textos recolhidos publicados em livros ou revistas especializadas, que tratam do assunto.

Nem sempre as informações são detalhadas e precisas. Exemplo mais marcante desse fato são os Congresso Estaduais e Nacionais realizados, onde raramente estão disponíveis os números de participantes e Estados presentes.

Como seria natural, a presente Cronologia Histórica que se apresenta acaba por ser mais marcadamente "paulista", não só pelo fato do papel que esse Estado jogou na história da Sociologia e da luta dos profissionais na sua organização nacional, como também pelo fato dos autores, militantes de entidades civis e sindicais de sociólogos serem desse Estado.

Os objetivos da realização do presente trabalho dizem respeito à contribuição à categoria profissional dos sociólogos brasileiros, registrando, com maior fidelidade possível, a história da introdução das disciplina de Sociologia na educação básica nacional, bem como registrar os principais momento da organização do cientista, como profissional e como trabalhadores, sua participação política e sindical.

Dessa forma, ao invés de discorrer em forma de texto clássico, já anteriormente feito pelos autores em diversos momentos, decidiu-se pela publicação, em ordem cronológica, de uma espécie de historiografia de toda a trajetória dos sociólogos e da Sociologia no Brasil, que envolve basicamente três aspectos: a) datas sobre a questão da ciência e da disciplina; b) datas sobre a organização da categoria (seja civil, sindical ou acadêmica e de pesquisa) e c) datas sobre o reconhecimento da profissão e a regulamentação profissional.

É importante que também o leitor seja advertido, que os autores não pretendem esgotar a questão, muito menos assegurar uma precisão absoluta quanto às datas a seguir publicadas. No entanto, seja pelo registro pessoal feito a partir da participação direta nos eventos mais recentes mencionados, seja pela consulta às fontes encontradas, os momentos registrados são os mais exatos possíveis.

É importante ainda alertar que as datas e momentos registrados deverão, de ora em diante, serem acrescidas de outras, sejam nacionais ou regionais, que irão sendo incorporando de eventos importantes relacionados com a profissão, ou seja, o texto a seguir, passará a ser constantemente acrescido de outras datas.

Na verdade, a partir de agora, o presente trabalho passa a ter "vida própria", ou seja, será acrescido de outros dados e datas que o enriquecerão e o atualizarão constantemente, para frente e para trás, registrando eventos já passados. Desta maneira, ao final desta introdução, serão publicados os endereços e as formas possíveis que profissionais diretores de entidades de sociólogos poderão contribuir com mais dados que enriqueçam o presente trabalho.

Finalmente, após a cronologia publicada, seguirá também um capítulo de bibliografia consultada, onde estão todas as fontes utilizadas para a construção da cronologia. É também uma bibliografia que reúne trabalhos, textos e artigos que relacionam com os temas deste trabalho: história brasileira da Sociologia como ciência, organização e profissionalização. Também esta será acrescida de outros trabalhos, textos, estudos e livros que forem sendo, a partir de agora recebidos.

É preciso que se esclareça sobre a bibliografia, que não se trata de uma relação de livros de teorias sociológicas clássicas, manuais de Sociologia, compêndios etc. Não é pretensão dos autores listarem tais obras. A bibliografia listada diz respeito exclusivamente às fontes onde foram encontrados os fatos e dados mencionados no presente trabalho.

A apresentação deste trabalho, junto ao X Congresso Nacional dos Sociólogos, pretende dar uma modesta contribuição não só à história da Sociologia no Brasil, mas aos milhares de profissionais que atuam nos mais diversos setores da economia, registrando as suas atividades e lutas pela organização e profissionalização.

Cronologia Histórica

1865

• Sob forte influência do positivismo de Comte, é publicado a obra "A Escravatura no Brasil", de F. A. Brandão Júnior. Diversos estudiosos do positivismo consideram como marco histórico de manifestação social do positivismo no Brasil a publicação da obra de Francisco Antonio Brandão Junior “A Escravatura no Brasil”. A obra foi precedida de uma artigo sobre a agricultura e colonização no Maranhão. Dedicado ao estudo da filosofia, principalmente do positivismo, Francisco Antonio Brandão Junior, estudava Ciências Naturais em Bruxelas, onde publica inicialmente a obra A Escravatura no Brazil, Bruxelles, Buggenthoudt, 1857

1872

• Um dos precursores da Sociologia no Brasil, Sílvio Romero (1851-1914), pensador social, crítico, ensaísta, folclorista, polemista, professor e historiador da literatura brasileira, uma das figuras mais destacadas da época, publica a sua obra "Etnologia Selvagem". Sílvio Romero (S. Vasconcelos da Silveira Ramos R.) nasceu em Lagarto, SE, em 21 de abril de 1851, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de julho de 1914. Deixou mais de 50 obras, todas notáveis, sobre literatura, etnografia, política, filosofia e sociologia. Segundo o verbete (ROMERO, Silvio. In DICIONÁRIO de Sociologia. Porto Alegre: Editora O Globo, 8ª. Edição, 1981:295), Silvio Romero difundiu no Brasil as idéias do método de observação monográfica de Le Play. Filiando-se a escola do sociólogo francês LE PLAY, Frederic (1806-1882), Silvio Romero buscou aplicar seu método nos seus estudos do Brasil social.

• Nesse ano O jornal do Recife O Seis de Março, expõe as idéias de Karl Marx.

1883

• Outro dos precursores da Sociologia brasileira, ainda muito embrionária, que foi Joaquim Nabuco, publica "O Evolucionismo". A obra foi publicada em 1883, em Londres, pois segundo diversos historiadores de 1881 a 1884 Nabuco se encontrava em viagem pela Europa. Ainda em 1883, em Londres, publicou O Abolicionismo. Sobre esta obra, é quase um libelo a frase de Joaquim Nabuco (...) acabar com a escravidão não nos basta; é preciso destruir a obra da escravidão. O Abolicionista • 1883. Joaquim Nabuco foi diplomata, político, jornalista, reformador social, abolicionista, historiador, literato e, sobretudo, pensador.

• Joaquim Nabuco nasceu no Recife (PE) em 19 de agosto de 1849. Estudou Direito em São Paulo e Recife. O tema da escravidão de maneira constante esteve presente em sua obra literária desde seu primeiro trabalho, nunca publicado, chamado "A escravidão". Porém, teve sucesso quando, em 1883, publicou "O Abolicionismo", durante período em que esteve em Londres. “O Abolicionismo” foi pesquisado e escrito na biblioteca do Museu Britânico, onde Karl Marx escreveu O Capital e outros ensaios. O prefácio de “O Abolicionismo” vem datado de Londres, 8 de abril de 1883. Quando retornou ao Brasil (1884), seguiu carreira política. Fez uso de seu reconhecido talento público para lutar pela causa abolicionista.Foi diplomata em Londres e Washington, após o fim do Império.

• Nabuco afirmava que a escravidão no Brasil era "a causa de todos os vícios políticos e fraquezas sociais; um obstáculo invencível ao seu progresso; a ruína das suas finanças, a esterilização do seu território; a inutilização para o trabalho de milhões de braços livres; a manutenção do povo em estado de absoluta e servil dependência para com os poucos proprietários de homens que repartem entre si o solo produtivo". Morreu em Washington, no ano de 1910.

1888

• Surge a segunda obra de importância de Sílvio Romero, que foi "Etnografia Brasileira". A obra têm como referencia bibliográfica e catalogação os seguinte dados: ROMERO, Silvio. Etnografia brasileira. Rio de Janeiro: Francisco Alves Editora, 1888.

1890

• Benjamin Constant, no início da República brasileira e também sob influência do positivismo, propõe uma reforma no ensino que introduz a disciplina de Sociologia nos currículos das escolas de 1º e 2º graus. Essa reforma não chega a entrar em vigor em função do falecimento do autor.

• A esse respeito, escreve Simone Meucci (A Institucionalização da Sociologia no Brasil: Os Primeiros Manuais e Cursos, março, 2000, Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, para a obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Octávio Ianni).

• No Brasil, em 1891, a sociologia ingressa, pela primeira vez, no sistema de ensino nos cursos secundários, sob a reforma de ensino protagonizada por Benjamin Constant. Não obstante, poucos anos depois, foi, sem que houvessem resistências, retirada pela lei que aprovara o regulamento do Ginásio Nacional (atual Colégio D. Pedro I, Rio de Janeiro).

• Retornara ao sistema regular de ensino brasileiro apenas em 1925, inserida no currículo da 6ª série ginasial, cursada por aqueles interessados em obter o diploma de “Bacharel em Ciências e Letras”. Alguns anos depois, em 1928, nos Estados do Rio de Janeiro e Pernambuco, tornara-se disciplina obrigatória nos programas dos cursos de magistério. Em 1931, em todo o Brasil, a sociologia ingressara no quadro geral de matérias para os cursos complementares dedicados ao preparo dos alunos para o ingresso nas faculdades e universidades: fora, pois, nesta época, conhecimento exigido nas provas de admissão para os cursos superiores.

• Nasce Astrogildo Pereira um dos mais ativos militantes anarco-sindicalistas do começo do século XX e futuro fundador do Partido Comunista.

1902

• Euclides da Cunha, ainda que engenheiro por formação e jornalista por profissão, dá a sua contribuição memorável para o estudo sociológico, com a publicação de "Os Sertões". Segundo o professor Trujillo Ferrari, esta obra "constitui um marco na Sociologia brasileira pela tentativa de definir e interpretar a sociedade dentro de um quadro de realidades". O professor Florestan Fernandes assinala (Desenvolvimento Histórico-Social da Sociologia no Brasil, in A Etnologia e a Sociologia no Brasil, 1958: 196) que “a obra que marcou época e adquiriu uma significação típica, foi, porém, a de Euclides da Cunha (Os Sertões, 1902), que se situa como o primeiro ensaio de descrição sociográfica e de interpretação histórico-geográfica do meio físico, dos tipos humanos e das condições de existência no Brasil. Com seus defeitos e limitações, e apesar da ausência de intenção sociológica, essa obra possui o valor de verdadeiro marco. Ela divide o desenvolvimento histórico-social da sociologia no Brasil. Daí em diante, o pensamento sociológico pode ser considerado como uma técnica de consciência e de explicação do mundo, inserida no sistema sócio-cultural brasileiro”. Para o professor Fernando de Azevedo, (Princípios de Sociologia, Obras Completas, Volume IX, 1964:318) o livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, analisa o choque de culturas nos sertões da Bahia. A obra têm como referencia bibliográfica e catalogação os seguinte dados:CUNHA, E. da Os Sertões. São Paulo: Cultrix, 1973 (1a. ed.: 1902)

• Euclides da Cunha nasceu em 20/01/1866 e faleceu em 15/08/1909. Formou-se em Engenharia Militar e Ciências Naturais em 1896. Abandonou a carreira de engenheiro militar, por causa dos caminhos tomados pela República. Em 1897 foi para São Paulo, de onde sairia no ano seguinte como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, para fazer a cobertura jornalística da Guerra de Canudos. Como resultado dessa cobertura jornalística produziu a clássica obra-prima: Os sertões, publicada em 1902 e que o conduziu à Academia Brasileira de Letras.

• Os sertões, sua obra mais importante, revela-nos um verdadeiro painel do nordeste brasileiro e denuncia as condições de vida das "sub-raças sertanejas do Brasil". Essa obra - dividida em três partes: A terra, O homem e A luta - demonstra a preocupação de narrar os fatos de forma científica e coloca-nos diante de um país e de um povo que, até então, eram ignorados. Além de Os sertões (1902), Euclides da Cunha é autor de obras como Peru versus Bolívia (1907), Contrastes e confrontos (1907), À margem da História (1909).

• A respeito do importante significado da obra Os Sertões, situada nos marcos do período da herança intelectual da Sociologia (Século XIX até inicio do Século XX), autores clássicos da Sociologia Latinoamericana, como Alfredo Poviña afirmam: (...) iniciando el siglo XX, la primera obra de importância sociológica, que es “Los setones”(1902) de Euclides da Cunha (1868-1909). Sobre la base del elemento étnico, se hace el estúdio del hombre y de su médio, del clima y del ambiente físico. Es uma “psico-sociología del serton, que há plasmado um tipo de hombre característico: el jagunço”. Es el primer ensayo de Ecologia humana o tentativa de aplicación sócio-geográfica a uma región brasileña” (POVIÑA,La Sociologia em Brasil in Nueva Historia de La Sociología Latinoamericana, 1959: 213).

• Nesse ano é realizado o Congresso do Partido Socialista Brasileiro. Neno Vasco dirige o jornal anarquista O Amigo do Povo

1920

• Em 7 de setembro desse ano é criada a Universidade do Rio de Janeiro. Em 1937 passou a se chamar Universidade do Brasil e somente em 1965 adquiriu a atual denominação de Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua história, porém, é bem mais antiga, pois muitos dos seus cursos vêm da época da implantação do ensino de nível superior no Brasil. O curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro teve o seu reconhecimento em 1939.

1925

• Pela primeira vez a disciplina Sociologia integra os currículos dos cursos de segundo grau de um colégio no país. Ocorreu no tradicional colégio Dom Pedro II, do Rio de Janeiro. A disciplina ficou a cargo do sociólogo C. Delgado de Carvalho. Essa iniciativa coube a Fernando Azevedo.

• O professor Fernando de Azevedo assinala que ao “contrário do que se deu nos países hispano-americanos em que o ensino da Sociologia começou, em geral, nas Faculdades de Direito, foi pelo Colégio Pedro II e pelas Escolas Normais, do Distrito Federal, de Recife e de São Paulo, que se iniciou no Brasil, penetrando somente em 1933, no ensino superior, pela Escola Livre de Sociologia e Política, e em 1934 e daí por diante no ensino universitário, com a incorporação do Instituto de Educação à Universidade de São Paulo, e a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, - a primeira a se instalar, no país, com a fundação dessa Universidade” .

• No Brasil, nesse ano o Partido Comunista do Brasil lança o jornal "A Classe Operária" A Coluna Prestes, comandada pelo Capitão Luiz Carlos Prestes, percorre vários estados e começa sua marcha pelo Brasil.

1928

• Com a reforma do ensino de Rocha Vaz, a disciplina de Sociologia integra os currículos dos cursos das Escolas Normais do Distrito Federal (Rio de Janeiro) e da cidade de Recife. Nesta última, a iniciativa coube aos sociólogos Gilberto Freire, de grande importância para a Sociologia brasileira e a Carneiro Leão . Em outros países latino-americanos, segundo Trujillo, a Sociologia foi introduzida através dos cursos jurídicos e no Brasil ela se dá pelas Escolas Normais.

• Sobre a importância desta reforma de ensino e do significado da Sociologia, enquanto disciplina para a compreensão de nossa realidade social, o próprio Carneiro Leão, no prefácio da 1ª. Edição de sua obra “Fundamentos de Sociologia”, assim se refere: “Foi em 1928. A convite do governador de Pernambuco, Dr. Estácio Coimbra,encontrávamo-nos elaborando a reforma da educação no Estado. A criação de uma cadeira de sociologia, capaz de auscultar as realidades brasileiras, de sondar a vida social, regional e nacional presente, de modo objetivo e científico, impunha-se. Vivêramos até então mais ou menos estranhos às nossas coisas, aos nossos problemas. Os nossos programas escolares, que se copiavam recíprocamente, inspiravam-se sempre nos programas estrangeiros. Havíamos criado o vocábulo “brasilidade” mas não lhe déramos conteúdo. Quando muito buscáramos resumi-lo num conceito jacobino, vazio de ação construtiva. Era mister estudarmo-nos e conhecermo-nos para educarmo-nos com segurança científica no sentido de nossa própria civilização. Nenhuma disciplina mais adequada à orientação de tais objetivos do que a sociologia”.

1931

• Com a Reforma de Francisco Campos, então ministro da Educação de Getúlio Vargas, ocorreria certa ampliação do ensino de Sociologia no nível secundário no sentido de se dar mais ênfase a uma formação humanística.

• Como assinala Fernando de Azevedo em nota de rodapé , “a reforma Francisco Campos (1831) que dividiu o ensino secundário em dois cursos, - ginasial, de cinco anos, e complementar, de dois anos, manteve nas três seções deste o ensino de sociologia que foi afinal suprimido nas escolas secundárias em 1942, pela reforma Gustavo Capanema”.

• Nesse mesmo ano, enquanto linha do tempo em 9 de março de 1931 o governo decreta a Lei de Sindicalização.

1933

• Em 27 de maio é organizado o primeiro curso de Sociologia no Brasil, da Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo. Para que a Universidade de São Paulo fosse criada, posteriormente, era preciso que existisse uma escola da área de ciências sociais e a ESP participou desse processo como uma espécie de "Instituto Complementar". Entre os diversos mestres estrangeiros e renomados especialistas que mantiveram cursos na chamada Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo, figuram Horace Davis, Samuel Lowrie, Bruno Rudolfer, Donald Pierson, Emilie Willems, Radcliffe Brown, Melville Herskovits, Lynn Smith, Alexander Kaffka, Herbert Baldus, Kalervo Oberg, Carleton Sprange Smith, Edgar Gothsch, Yale Brosen, Joseph Louis Lebret, Ralph Linton, Roy Nash, entre muitos outros.

• Nesse mesmo ano, um dos principais precursores da Sociologia brasileira, Gilberto Freire, lança o que seria o seu livro mais importante, "Casa Grande e Senzala". A obra é distinguida em 1957 com o prêmio de melhor trabalho mundial sobre relações raciais. Foi considerado como o maior dos livros brasileiros e o mais brasileiro dos ensaios. Segundo os profs. Achilles Archero Jr. e Alberto Conte Casa Grande & Senzala “é um estudo sociológico sobre a formação da família brasileira no regime da economia patriarcal”. A obra publicada pela primeira vez em dezembro de 1933, trata da vida familiar, da família patriarcal, das características gerais da colonização portuguesa, visando a formação de uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata na técnica de exploração econômica e híbrida em sua composição étnica e cultural, dos costumes públicos e privados, das mentalidades e das inter-relações étnicas da formação brasileira no período colonial. Em sua edição mais recente atingiu a marca da 50ª ed. São Paulo, Editora Global, 2005. 719p., il. Alguns críticos consideram um livro indispensável para a compreensão da alma e da identidade do Brasil É considerada uma das mais importantes obras que retratam o pensamento brasileiro. A primeira edição de Casa Grande & Senzala foi publicada no Rio de Janeiro, em dezembro de 1933, com enorme repercussão nos meios literários. A segunda edição, revista e ilustrada foi publicada por Schmidt-Editor, em 1936

• O prof. Alfonso Trujillo Ferrari, destaca a respeito de “Casa Grande e Senzala” (1933), em (A Sociologia no Brasil in Fundamentos de Sociologia, 1983:46) que Gilberto Freire nesta obra analisa a formação da família brasileira dentro da sociedade agrário-escravocrata e híbrida, na qual destaca as contribuições do índio, do escravo africano, bem como do colonizador português. A obra têm como referencia bibliográfica e catalogação os seguinte dados: FREYRE, G. Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal. Rio de Janeiro: Maia & Schmidt, 1933. 517p.

• Diversos autores situam esta obra entre as primeiras grandes manifestações de interpretação da realidade nacional. A obra “Casa Grande e Senzala” situa-se entre os três clássicos que inauguram o ciclo moderno dessas interpretações gerais sobre o país: Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freire; Formação do Brasil Contemporâneo de Caio Prado Júnior e Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda.

• Também nesse ano merece registro o fato de que além das publicações: "Casa Grande e Senzala", de Gilberto Freire, "Serafim Ponte Grande", de Oswald de Andrade, "Caetés", de Graciliano Ramos, "Cacau", de Jorge Amado, ocorre a Marcha integralista em São Paulo, e as eleições para a Assembléia Constituinte.

1934

• É criada a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Nesse período a Sociologia brasileira recebe o reforço de cientistas americanos e europeus, entre eles Horace Davis, Samuel Lowrie e Donald Pierson, sendo que mais tarde se agregaria Kalervo Oberg dos EUA e Roger Bastide, Paul Arbose Bastide, George Gurvitch e Charles Moraze da França. Também desse país vieram, mas para o Rio de Janeiro, Jacques Lambert e A. R. Radcliffe-Brown.

• Nesse ano, Artur Ramos (1903 -1949), médico formado pela Universidade da Bahia, e mais tarde Professor Catedrático da Faculdade Nacional de Filosofia da antiga Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, publica o livro “O Negro Brasileiro”, trabalho resultado de suas pesquisas sobre as culturas africanas.

• Do ponto de vista histórico e político, é importante mencionar que além do fato de Armando de Salles de Oliveira criar a Universidade de São Paulo, temos a promulgação da nova constituição brasileira e a eleição de Vargas como presidente da república.

1935

• Mesmo não tendo sido concluída a primeira turma de Sociologia e política de São Paulo, é fundada em São Paulo a Sociedade de Sociologia de São Paulo, posteriormente transformada em Sociedade Brasileira de Sociologia, integrada em sua maioria por cientistas sociais vindos de outros países, para ministrarem aulas Sociologia na recém criada Universidade de São Paulo.

• Fernando de Azevedo, uma das figuras de maior prestigio no campo sociológico, presidiu as atividades da Sociedade Brasileira de Sociologia de São Paulo de 1935 a 1960.

• Ainda, nesse mesmo ano, é inaugurado o curso de Ciências Sociais na Universidade do Distrito Federal.

• No Recife, nesse mesmo ano, Gilberto Freire a pedido dos alunos da Faculdade de Direito do Recife e por designação do Ministro da Educação, inicia na referida escola superior um curso de Sociologia com orientação antropológica e ecológica.

• Nesse ano em termos de contextualização histórica, ocorre a Intentona Comunista, é decretado Estado de Sítio no país, e há uma forte ação coercitiva sobre o movimento operário. Em função da instabilidade política deste período, Getúlio Vargas, num golpe de estado, instala o Estado Novo e proclama uma nova Constituição, também conhecida como "Polaca".

1936

• A mesma Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo forma o primeiro sociólogo como profissional (neste momento, completando, portanto 60 anos que o Brasil forma sociólogos).

• Nesse mesmo ano, Gilberto Freire, já encarregado do curso na Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, lança o seu livro "Sobrados e Mocambos". Publicado no Rio de Janeiro pela Companhia Editora Nacional, o livro SOBRADOS e mucambos: decadência do patriarcado rural e desenvolvimento do urbano. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1936. 405p., volume 64 da coleção Brasiliana, o livro que é uma continuação da série iniciada com Casa-grande & senzala.

• "Em Sobrados e Mucambos o autor estuda a decadência do patriarcado rural e o desenvolvimento do urbano, salientando conflitos e conciliações entre o engenho e a praça, a casa e a rua, o pai e o filho, a mulher e o homem, o sobrado e o mucambo, o brasileiro e o europeu, o Oriente e o Ocidente, as relações entre raça, classe e região, o comportamento do escravo diante do animal e da máquina, a ascenção do bacharel e do mulato e concluindo com um capítulo sobre a sistemática da miscigenação no Brasil patriarcal e semipatriarcal" (Edson Nery da Fonseca). Edição mais recente: 15ª ed. São Paulo, Editora Global, 2004. 968p., il.

• Segundo o Prof. Trujillo (A Sociologia no Brasil, Fundamentos de Sociologia, 1983:46), em Sobrados e Mocambos (1936), Gilberto Freire “... trata da decadência do patriarcado rural e do desenvolvimento do urbano, transferindo-se consequentemente o eixo da dominação do campo para a cidade”.

• Também nesse ano Sergio Buarque de Holanda, um interprete da formação nacional lança seu livro Raízes do Brasil, considerado por muitos, um dos livros mais importantes já produzidos no país. A obra denuncia as marcas da herança colonial nas estruturas sociais e na psicologia coletiva do Brasil. Sergio Buarque de Holanda, posteriormente no ano de 1947, viria assumir a vaga de professor de História Econômica do Brasil, na Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em substituição a Roberto Simonsen.

• É inaugurada a Rádio Nacional no Rio de Janeiro. Registre-se nesse ano em 5 de março de. 1936 Luiz Carlos Prestes e Olga Benário são preso na cidade do Rio de Janeiro. Em 18 de outubro desse mesmo ano Olga Benário, grávida de oito meses, é deportada para a Alemanha.

1938

• É fundada a Revista Sociologia, por iniciativa de Emílio Willems e Romano Barreto. A revista Sociologia, trimestral, dedicada à teoria e pesquisa nas Ciências Sociais, fundada pelo Sociólogo e antropólogo brasileiro contemporâneo Emilio Willems, juntamente com Romano Barreto, a partir de 1941, adquirida pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Importante mencionar que a Revista Sociologia, idealizada por Emilio Willems e Romano Barreto, funcionou de 1939 a 1966, ou seja, por 27 anos ininterruptos, enquanto meio de divulgação da produção intelectual dos pesquisadores, basicamente relacionados à tradicional Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo.

• Também nesse mesmo ano, é inaugurado o curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná. É criada a União Nacional dos Estudantes - UNE.

1941

• É implantado o curso de Ciências Sociais da UFMG. Criado em 1941, tem sede na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), no Campus Pampulha. É diurno, com duração de quatro anos. No segundo ano, os alunos optam entre as modalidades Bacharelado e Licenciatura. Anualmente, admite 80 alunos, em duas entradas semestrais. Em 2004 a relação cantidato/vaga foi de 11,12 e em 2005 de 9,53.

1942

• A reforma do ensino de Gustavo Capanema, ministro da educação do governo de Getúlio Vargas retira a obrigatoriedade do ensino de Sociologia nas escolas de segundo grau, permanecendo apenas nas escolas normais. Mas, a disciplina continua ser lecionada até o golpe de 1964.

• Nesse ano é criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI. Como registro apenas é importante mencionar que em 1952, quando o SENAI completava 10 anos de criação, Fernando Henrique Cardoso , realizava seu primeiro trabalho de pesquisa juntamente com o sociólogo Guerreiro Ramos, para a Escola “Roberto Simonsen”, do SENAI de São Paulo., que abordava a qualidade de ensino e a satisfação do aluno com o SENAI.

1946

• São fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifícia Universidade Católica de São São Paulo. Fundada em 13 de agosto de 1946 a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, tradicional entidade de ensino, a PUC/SP apoiada pela Arquidiocese de São Paulo, foi importante foco de resistência ao regime militar. Vários sociólogos perseguidos em instituições públicas, como Florestan Fernandes, Octávio Ianni, dentre outros, foram contratados em 1970 para ministrarem aulas nos cursos de graduação e pós-graduação.

1948

• Nesse ano na cidade de Oslo, sob o patrocínio da Unesco, um grupo de pesquisadores (scholars), professores, e profissionais, fundam a Associação Internacional de Sociologia (ISA) para desenvolver interesses mútuos em estudos internacionais de sociologia. Segundo Alejandro Blanco(La Asociación Latinoamericana de Sociologia: uma historia de sus primeros congresos, Sociologias, 2005:32) a diferença do IIS, que foi criado como uma organização internacional de “notáveis” da sociologia, a ISA ainda que com algumas exceções foi constituída como uma federação de associações e instituições especializadas no ensino, difusão e investigação sociológicas (associações nacionais, regionais, institutos e centros de investigação e departamentos universitários de sociologia). Entre os participantes da América Latina, destacam-se como membros fundadores as presenças do Prof. Dr. Isaac Ganón Levy (1916-1975), professor titular da cátedra de Sociologia da Facultade de Direito e Ciências Sociais da Universidade da Republica do Uruguai. Entre os fundadores da ISA situam-se nomes como Georges Davy (1883-1976), sociólogo francês, colaborador de Durkheim na Revista L’Année Sociologique; A .N.J. den Hollander, Georges D. Gurvitch, sociólogo francês e diretor de publicações Cahiers Internationaux de Sociologie; R. Koning, Paul F. Lazarsfeld (1901-1976), sociólogo austriaco naturalizado norte-americano reconhecido por seus trabalhos sobre comunicação de massa e comportamento eleitoral; Gabriel Le Bras, sociólogo francês, professor de Sociologia da Religião, da Universidade de Paris; Louis Wirth (1897-1952), sociólogo norte-americano; E. Rinde, A .Brodensen, Otto Klineberg (1899-1992) psicosociólogo canadense, pesquisador em diferentes países, entre eles o Brasil, e Thomas Humprhey Marshall(1893-1981), sociólogo e historiador britânico. O primeiro presidente da Associação Internacional de Sociologia foi o sociólogo alemão, radicado nos Estados Unidos, Louis Wirth, eleito para a gestão 1950-1953. A primeira diretoria contou com a participação do sociólogo brasileiro Fernando de Azevedo, eleito vice-presidente da entidade e que por morte de seu presidente, Louis Wirth, em 3 de maio de 1952, assumiram a direção da ISA, juntamente com os outros dois vice-presidentes, Morris Ginsberg, da Inglaterra e Georges Davy da França. A presença brasileira na ISA pode ser sintetizada através das participações de Fernando de Azevedo (1950-1953), Luis A Costa Pinto vice-presidente da ISA, 1953-1956 e 1956-1959), Fernando Henrique Cardoso (vice-presidente da ISA 1978-1982 e seu presidente de 1982 a 1986)), Alice Rangel de Paiva Abreu (diretora da ISA, 2002-2004), entre outros.

• No Brasil, nesse ano registre-se o fato de que a bancada comunista eleita para o Congresso é cassada.

• É fundada em 8 de junho de 1948 por um pequeno grupo de pesquisadores de instituições científicas de São Paulo a Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência - SBPC. Teve importante papel no desenvolvimento científico de nosso país, em especial durante o regime militar, contra o qual se destacou como um dos principais núcleos de resistência.

1952

• A Organização Internacional do Trabalho - OIT reconhece a profissão de sociólogo. A profissão de sociólogo é uma profissão autônoma, e aparece entre as classificadas pela Organização Internacional do Trabalho - OIT. no volume OIT: "Classification Internacionale dos Professions pour les Migrations et le Placements: Dénomination, Codification, Définition des Professions Genéve, Juin, 1952 "

• Em 16 de outubro desse mesmo ano é criada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tendo sido eleito seu primeiro Secretário Geral o Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro D. Helder Câmara. Também nesse ano é fundada a Universidade Mackenzie, em São Paulo.

1953

• É realizado entre os dias 10 e 17 de julho nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo o II Congresso Latino-americano de Sociologia (ALAS). Nesse congresso é eleito presidente da ALAS o sociólogo e antropólogo brasileiro Manuel Diegues Junior. Durante o congresso repercute favoravelmente as idéias do sociólogo argentino Alfredo Poviña, do sociólogo brasileiro Guerreiro Ramos, autor de Cartilha brasileira do aprendiz de sociólogo. Rio de Janeiro: Ed. Andes, 1954, Introdução crítica à sociologia brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Andes, 1957, A redução sociológica. Rio de Janeiro: ISEB, 1960, e do sociólogo mexicano Leopoldo Zea, no sentido de “descolonizar “ a sociologia praticada na América Latina. O Prof. Antonio Carneiro Leão, um dos pioneiros do ensino de sociologia no Brasil, desde 1928, ocupou o cargo de Presidente do II Congresso Latino Americano de Sociologia no ano de 1953. (POVIÑA, Alfredo, Nueva História de La Sociologia Latino Americana, 1955:225). Segundo Poviña, ocupou o cargo de Secretário Geral do Congresso o brasileiro Odorico Pires Pinto.Importante destacar a participação nesse congresso do sociólogo brasileiro Alberto Guerreiro Ramos, ao questionar “a eficácia do simples transplante de métodos e teorias sociais oriundas da Europa e dos Estados Unidos para examinar realidades latino-americanas”. No começo dos anos 50, formas de pensar as sociedades latino-americanas a partir de instrumental exógeno, foram criticadas por alguns intelectuais, com maior intensidade. A propósito do ensino de Sociologia é importante mencionar que o II Congresso Latino-Americano de Sociologia, promovido pela ALAS, realizado no Rio de Janeiro e em São Paulo, em julho de 1953, sob a presidência de Antonio Carneiro Leão, dentre as resoluções apresentadas inclui-se uma que aconselhava todas as escolas militares a incluírem em seus currículos o estudo da Sociologia. Vale mencionar que a Escola Naval tinha em seu currículo Sociologia. (Cf. LEÃO, Antonio Carneiro. Panorama Sociológico do Brasil, Inep, RJ, 1958, pág. 52)

• Nesse ano é fundada em 11 de fevereiro a Confederação Nacional das Profissões Liberais, reconhecida pelo Decreto nº. 35.575 de 27 de maio de 1954

1954

• Em junho desse ano, é realizado em São Paulo, o primeiro Congresso de Sociologia no país (não de sociólogos).Promovido pela Sociedade Brasileira de Sociologia, antiga Sociedade de Sociologia de São Paulo, o I Congresso Brasileiro de Sociologia, realizado entre os dias 21 e 27 de junho de 1954, teve como tema "O Ensino e as pesquisas sociológicas, organização social, mudança social". Neste congresso Maria Isaura Pereira de Queiroz, efetuou ligeiro levantamento dos estudos de Sociologia política, no Brasil. Foi relator do 1º. Congresso Brasileiro de Sociologia, o professor Evaristo de Moraes Filho, autor de diversas obras, entre as quais “ A. Comte e o Pensamento sociológico contemporâneo”, Rio, Livraria São José, 1957.

• Presidiu o I Congresso e a Sociedade Brasileira de Sociologia,nesta época, Fernando de Azevedo, um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Sociologia, de que foi presidente desde sua fundação(1935) até 1960. O segundo presidente da SBS foi Florestan Fernandes, que presidiu a entidade de 1960 até 1962, quando as atividades foram paralisadas até a reativação da SBS em 1985.

• Nesse congresso, Florestan Fernandes apresenta o trabalho “O ensino da Sociologia na escola secundária brasileira” . A socióloga Maria Isaura Pereira de Queiroz apresenta o trabalho “Contribuição para o estudo da Sociologia política no Brasil”. O sociólogo Azis Simão apresenta o trabalho “O voto operário em São Paulo”.Ambos os trabalhos integram os anais do I Congresso Brasileiro de Sociologia, São Paulo, 1954, Sociedade Brasileira de Sociologia.

• Também nesse ano temos o registro da inauguração do novo edifício da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, à rua General Jardim, 522.

• Em termos de linha do tempo e contextualização histórica temos nesse ano a fundação da Universidade Federal do Ceará, e a criação da Eletrobrás.Pressões sobre Vargas o levam a cometer suicídio. Café Filho na presidência da república. Comemoração do IV Centenário da cidade de São Paulo.Juscelino lança candidatura à presidência.É criado o Instituto de Estudos Políticos e Sociais, pelo Pe. Fernando Ávila, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

1957

• É realizado no Rio Grande do Sul o I Seminário sul-rio-grandense de Sociologia. O II Seminário de Sociologia no RS é realizado em 1959. No RS em 1939 a sociologia é introduzida como cátedra e em 1959 como curso de sociologia. Na história da Sociologia do Rio Grande do Sul, merece menção a figura do renomado professor universitário e pesquisador, Laudelino Teixeira de Medeiros um estudioso da história do Rio Grande do Sul.

• Ainda, nesse ano em julho de 1957 é realizado em Santiago do Chile o IV Congresso da Associação Latino Americana de Sociologia (ALAS). Organizado pela Sociedade Chilena de Sociologia, auspiciado pela Associação Latino Americana de Sociologia e patrocinado pela Universidade de Chile o congresso contou com a presença e participação do sociólogo e professor brasileiro Odorico Pires Pinto, autor de vários estudos como “São Paulo e sua comunidade cultural” e “Arte primitiva brasileira” (1955) eleito Secretario Permanente da ALAS.

• Nesse ano é fundada a Universidade Federal do Pará. Também nesse ano é o criado o curso de Licenciatura em Ciências Sociais (Decreto nº 43.415) na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). A esse respeito assinala o Prof. Enno Liedke Filho que “A criação do Curso de Ciências Sociais [na UFRGS], em 1959, se deu num contexto bastante favorável. Vários fatores contribuíram para isso: a experiência de outros estados como São Paulo FLSP (l933), USP (1934), a criação da Faculdade Nacional de Filosofia no Rio de Janeiro (l939) e mais tarde Minas Gerais (l953); a consolidação da Sociologia como disciplina e, cátedra na Faculdade de Economia e de Filosofia na UFRGS; e a realização dos dois Seminários Sul-rio-grandenses de Sociologia, o primeiro realizado em 1957 e o segundo em 1958. Ambos já preconizavam a necessidade de criação de um curso de Ciências Sociais.” Liedke Filho, Neves, (1997, p. 17)

1961

• Surge na Câmara dos Deputados o primeiro Projeto de Lei, de autoria do deputado federal por São Paulo, Aniz Badra, que tenta reconhecer a profissão e conseguir a sua regulamentação. É o PL n.º 3.000/61 de 24 de maio.

• Posse de Jânio Quadros (janeiro). O Presidente eleito Jânio Quadros condecora o Ministro cubano Ernesto “Che” Guevara.Renúncia de Jânio Quadros, em agosto. Vice-presidente João Goulart em missão diplomática no exterior: oposição militar à sua posse. Atribulação política no país. Para poder assumir a Presidência, o vice-presidente eleito, João Goulart, que se encontrava em visita oficial à China, aceita assumir na condição de regime Parlamentar.Criado o Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE. Também nesse ano, como assinala (AZEVEDO, Thales. As Ciências Sociais na Bahia, 1984:84) em 8 de novembro de 1961, o reitor Alberico Fraga fundava o Instituto de Ciências Sociais da Universidade da Bahia.

1962

• É realizado na cidade de Brasília, DF, o II Congresso Brasileiro de Sociologia, promovido pela Sociedade Brasileira de Sociologia tendo como tema central “Balanço e as Perspectivas da Sociologia no Brasil”. Presidia a Sociedade Brasileira de Sociologia nessa época o prof. Dr. Florestan Fernandes.

• Nesse ano o PCB (Partido Comunista do Brasil) é reorganizado sob a sigla PCdoB. A dissidência continua sob o título de PCB, porém como Partido Comunista Brasileiro.É fundado o IEB (Instituo de Estudos Brasileiros), na USP, pelo professor Sérgio Buarque de Holanda Em 25 de setembro de 1962 é criado o Ministério do Planejamento e o titular da pasta é Celso Furtado. É criado o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de Alfabetização, pelo Ministério da Educação e Cultura, inspirado no Método Paulo Freire. É fundada a Universidade Estadual de Campinas, o Centro Universitário Fundação Santo André e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros, Minas Gerais.

1963

• O deputado Brito Velho apresenta na Câmara dos Deputados um substitutivo ao Projeto de Lei do deputado Aniz Badra.

• Em termos históricos e políticos, nesse ano Jango propõe a reforma agrária. O Estatuto da Terra é rejeitado pela Câmara dos Deputados. Plebiscito para decidir sobre presidencialismo ou parlamentarismo, recaindo a opção, na primeira forma de governo.O Presidente João Goulart assume a Presidência da República novamente sob o Regime Presidencialista.

1964

• Com o golpe militar de 1º de abril, a disciplina Sociologia, bem como as demais das áreas de ciências humanas (filosofia em especial), são alijadas do ensino de segundo grau no Brasil, passando ao ênfase nas disciplinas de orientação tecnizantes.

• Jango é deposto pelo golpe militar. Castelo Branco é indicado para a Presidência da República. Prisões e protestos pelo país em conseqüência do golpe militar. A sede da UNE, no Rio, é incendiada e tomada pelo governo militar, que destrói o acervo do CPC

• Com a diáspora que se perpetua com as ditaduras, vários sociólogos vão para o exílio no Chile e no México.No exílio no Chile,grandes nomes da chamada escola da dependência como Vânia Bambirra, F. H. Cardoso, Paulo Freire, Celso Furtado, Ruy Mauro Marini e Teotônio dos Santos começam a desenvolver estudos em centros de estudos e pesquisas, como o Centro de Estudos Sociais da Universidade do Chile.

• Nesse ano a ditadura militar coloca na ilegalidade a União Nacional dos Estudantes – UNE, a Universidade de Brasília - UnB é invadida por tropas militares. O reitor Anísio Teixeira é destituído do cargo e substituído pelo professor Zeferino Vaz, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A sede da União Nacional dos Estudantes - UNE, na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, é invadida e incendiada. É criado o curso de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

1965

• É fundada, na cidade de Porto Alegre - RS, a Associação Gaúcha de Sociólogos. Fundada em 21 de maio de 1965, na cidade Porto Alegre, RS, a Associação Gaúcha dos Sociólogos, foi a primeira entidade civil de sociólogos do Brasil, hoje desativada.

• A Associação Gaúcha dos Sociólogos teve entre seus presidentes a socióloga Maria Ione Garcia(1965 - 1968), André Cecil Forster (1968 – 1977), Maria Luiza Jaeger (1982), e Benito Cardoso. A primeira diretoria da AGS, eleita no dia 5 de junho de 1965, era composta Maria Ione Garcia, presidente; José Fraga Fachel, vice-presidente; Maria Elena de Almeida Nunes, l ª secretária; Benito Cardoso, 2º secretário; Cecília Isatto, l ª tesoureira e Luci Boehl 2ª tesoureira.

• A sede da Associação Gaúcha dos Sociólogos (AGS) ficava na Rua Dr. Flores, 330, sala 23, centro da capital gaúcha. Em 21 de agosto de 1982, durante prévia realização de assembléia no III Encontro Estadual de Sociólogos do RS, realizado no Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul, transformou-se em Associação Profissional dos Sociólogos do Rio Grande do Sul, primeiro passo para a criação de Sindicato da categoria de sociólogos gaúchos.

• Nesse ano são extintos os partidos políticos existentes; determinada a eleição indireta do Presidente da República; implantado o bipartidarismo.Intelectuais clamam pela volta da democracia no país.
Suspensão dos partidos políticos. Atos institucionais dão amplos poderes ao Executivo.

1966

• O então professor de direito da Faculdade de Filosofia e Sociologia do Rio de Janeiro, e também sociólogo, Dr. Evaristo de Moraes Filho , coordena um grupo de alunos que elabora um projeto de Lei que reconhece e regulamenta a profissão. Esse projeto foi entregue ao então ministro da Educação do general Castelo Branco, Raymundo Moniz Aragão, em dezembro desse ano.

• É inaugurada a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). São fundadas a Universidade do Maranhão e a Universidade Regional do Nordeste, em Campina Grande, na Paraíba. Os estudantes realizam um protesto geral contra os acordos MEC/USAID.

1967

• Após uma longa tramitação no Congresso Nacional, o projeto de Aniz Badra com o substitutivo de Brito Velho é aprovado e vai à sanção presidencial, mas é vetado pelo general presidente Castelo Branco, com o seguinte argumento: "[o projeto de Lei] se preocupa em forçar um mercado de trabalho por meio de privilégios conferidos a certa classe de diplomados, bem como delimita artificialmente as atividades do sociólogo, tornando-o, na prática, impossível distinguir o que é próprio da pesquisa sociológica e da pesquisa de outras ciências sociais..." (sic).

• É criado o primeiro curso de mestrado em “Ciência Política”, na Universidade Federal de Minas Gerais.
• Também neste ano é fundada em 27 de outubro a Sociedade Mineira de Sociologia. Presidiu a Sociedade Mineira de Sociologia em 1982 a socióloga Edna Cecília Amaral.

• Do ponto de vista histórico e político nesse ano artistas e escritores protestam contra a Lei de Imprensa. Festival da Música Popular Brasileira. Promulgada a Nova constituição do Brasil. Costa e Silva é indicado para a Presidência. É fundada a Universidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.

1968

• Nesse ano temos no Rio Grande do Sul a criação do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Sociais na Universidade da Região da Campanha -URCAMP (Bagé), ex-FUNBA (Faculdades Unidas de Bagé).O curso funcionou entre 1968 e 1980, e formou 586 licenciados.

• Do ponto de vista histórico e político esse ano é marcado pela promulgação do Ato Institucional no. 5 que representa novo golpe contra o ensino da Sociologia. Segundo Paulo Meksenas “ (...) Com o fim das garantias civis, ao lado da radicalização da ação de partidos de esquerda, das greves de Osasco e Contagem/MG, o AI-5 amplia os poderes do Governo Militar e inaugura no país uma onda de prisões, assassinatos e torturas de lideres estudantis e sindicais. Sob a perseguição e a censura não havia clima para o debate sociológico, em qualquer nível da nossa escolarização” (Meksenas, s.d., p.69)

1969

• É organizado em São Paulo um grupo para constituir a Comissão Pró-Associação de Sociólogos (ainda que de maneira informal, mas era o núcleo embrionário que acabaria por ser formalizado posteriormente).

• O sociólogo Fernando Henrique Cardoso, em co-autoria com Enzo Falleto Verne, sociólogo, historiador e economista chileno, lança o livro “Dependência y desarrolo em América Latina”( Ed. Siglo, xx1, México, 1969), obra clássica da moderna sociologia latinoamericana.

• Nesse ano surge o jornal "Pasquim".Muitos intelectuais deixam o país. Morte de Costa e Silva. Impedida a posse de Pedro Aleixo, uma junta militar assume o poder. Médici é indicado presidente.É criado do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) Em 26 de junho desse ano chega às bancas o primeiro número do "Pasquim"

• São fundadas a Universidade Federal de Ouro Preto e a de Viçosa, em Minas Gerais, a de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e as Universidades de Rio Grande e a do Vale dos Sinos, também no Rio Grande do Sul, a de Uberlândia, em Minas Gerais. Vários professores da Universidade de São Paulo são aposentados compulsoriamente. Entre eles Bolívar Lamounier, Florestan Fernandes, Villanova Artigas, José Leite Lopes, Manuel Maurício de Albuquerque, Maria Yeda Linhares, Míriam Limoeiro Cardoso, Bento Prado Júnior, Caio Prado Júnior, Elza Berquó, Emília Viotti da Costa, Fernando Henrique Cardoso (futuro presidente da República), Isaias Raw, Jean Claude Bernardet, José Artur Gianotti, Luiz Hildebrando Pereira da Silva, Mário Schemberg, Octavio Ianni, Paulo Duarte e Paul Singer.

1970

• Em 17 de dezembro, realiza-se uma Assembléia de Sociólogos na Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Rua General Jardim, 522) que decide oficializar a criação da Comissão Pró-Asesp, uma entidade de caráter civil, com características que também lhe dava um caráter sindical, organizativo e reivindicatório.

• Nesse ano é fundada a Associação dos Sociólogos do Estado do Pará.

• Iniciada a construção da Rodovia Transamazônica. Brasil conquista o tri-campeonato mundial de futebol, no México.O educador brasileiro Paulo Freire funda em Genebra, onde se encontrava exilado, juntamente com outros exilados brasileiros, o Instituto de Ação Cultural • IDAC. O educador Paulo Freire publica "Pedagogia do Oprimido". São fundadas a Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, a Estadual de Maringá e a de Ponta Grossa, no Paraná, a Universidade Federal do Acre e a de Mato Grosso.

1971

• Pela segunda vez, é apresentado na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei que reconhece a profissão e procurava dar a sua regulamentação profissional. É de autoria do deputado federal de São Paulo Francisco Amaral (antigo MDB). Também o deputado por São Paulo, Faria Lima, apresenta projeto semelhante. A Câmara rejeita a ambos os projetos.

• Em 10 de agosto, é fundada a Associação dos Sociólogos do Estado de São Paulo - ASESP, entidade de caráter civil. A Assembléia de fundação ocorreu no auditório da Faculdade de Filosofia "Sedes Sapientae", da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, situada na Rua Marquês de Paranaguá, 111. O evento contou com a presença de mais de 200 sociólogos das cidades de São Paulo, Santos, Campinas, Jundiaí e Ribeirão Preto. Seu primeiro presidente eleito foi o sociólogo Luiz Pereira. A imprensa paulista e nacional dá grande destaque na cobertura do evento. Entre os sociólogos sócio-fundadores da Asesp, e presentes a Assembléia Geral extraordinária de fundação , discussão e aprovação do estatuto, e eleição da diretoria, encontram-se Eva Alterman Blay, Marialice Foracchi, Cyro Berlinck, Maria Isaura Pereira de Queiroz, Luiz Pereira, Ana Maria da Cunha Mohór, Lia de Freitas Garcia Fukui, Sandra Aparecida Baptista de Souza Cabezas, Léa Maria da Rocha, Jose de Souza Martins, Mauricio Eduardo Guimarães Cadaval, Antonio Carlos Bôa Nova, Sergio Vassimon, Maria Christina de Souza Campos, entre outros.

• Nesse ano é editada a Lei 5.692 que restringe ainda mais a possibilidade de inserção da disciplina de Sociologia (entre outras) nos currículos das escolas de primeiro e segundo graus no país. A esse respeito assinala o Prof. Paulo Meksenas : “Com o Decreto-Lei n.º 5.692/71[11/08/1971], os antigos primário e ginásio se fundem em ciclo único, sob a denominação de Iº Grau. O 2º Grau se torna profissionalizante. A Sociologia deixa de ser disciplina obrigatória para figurar num rol de 104 disciplinas de caráter optativo. A Sociologia, que voltara a ser ministrada na escola secundária desde 1960, é novamente coibida, agora em 1971.” (Meksenas, s.d., p.69)

1972

• É fundada a Sociedade Catarinense de Sociologia. Também nesse ano temos a criação do Curso de Pós-Graduação em Ciência Política e Sociologia na UFRGS.

1974

• Pela terceira vez, é apresentada no Congresso Nacional um Projeto de Lei sobre a profissão de sociólogo. Desta feita, tem a autoria do senador Vasconcelos Torres, que define o campo de atuação do sociólogo.

1975

• A quarta tentativa de reconhecimento profissional volta a ocorrer com o deputado Francisco Amaral, do MDB de São Paulo, mas o Projeto não caminha e fica "engavetado" nas Comissões Técnicas da Câmara dos Deputados.

• É fundada a Associação dos Sociólogos do Estado do Rio de Janeiro - ASERJ. Também neste ano é fundada a associação civil dos sociólogos do Estado do Rio Grande do Norte (1975), cujo primeiro presidente foi Fernando Gomes Teixeira (1975-1978), posteriormente convertida em associação profissional (1983), e constituído legalmente em 1989 como Sindicato dos Sociólogos do Estado do Rio Grande do Norte ( SINSOERN). O Sindicato foi fundado pela socióloga Maria das Graças Teixeira, que conduziu a presidência por três mandatos, sendo na última ocasião do ano de 1994 até o ano de 2004.

• Acordo Nuclear assinado entre Brasil e Alemanha. Morte do jornalista Vladimir Herzog.A diretoria da Associação dos Sociólogos do Estado de São Paulo (ASESP) através de nota divulgada nos principais jornais convida seus associados para a cerimônia ecumênica a ser realizada na Catedral da Sé, em memória de Vladimir Herzog, esposo de sua ex-diretora Clarice Herzog. Mais de 10 mil pessoas participam de um ato ecumênico na Catedral da Sé no dia 31 de outubro de 1975 em memória de Herzog

1976

• É fundada a Associação dos Sociólogo do Estado do Ceará. Nos seus primeiros anos, a Associação dos Sociólogos do Estado do Ceará, (ASEC) teve como presidente Neuma Lopes, (1982). Mais tarde, já como Associação Profissional dos Sociólogos do Estado do Ceará, foi presidida por Teresa Helena de Paula (1985), entre outros.

• Nesse ano, sob o governo militar do general Ernesto Geisel, é realizado o I Encontro Nacional de Associações de Sociólogos e de Cientistas Sociais. Ocorre em Brasília, entre 9 e 14 de julho, durante a XXVII Reunião Anual da SBPC. Desse evento, de iniciativa da Asesp, participam sociólogos dos Estados do Rio Grande do Sul, Bahia e Minas Gerais.

• Entre os dias 30 e 31 de agosto desse mesmo ano, é realizado o II Encontro Nacional de Associações de Sociólogos, na cidade de Belo Horizonte - MG (Estados: SP, RS, MG, PE e DF).

• Entre os dias 30 de outubro e 2 de novembro, é realizado o III Encontro Nacional de Associações de Sociólogos, na cidade de Porto Alegre - RS. As discussões que ocorrem nesses três encontros nacionais dizem respeito basicamente ao reconhecimento e regulamentação profissional, sobre o teor dos projetos de leis em tramitação na Câmara dos Deputados e fundamentalmente a forma de organização da categoria nos Estados e nacionalmente (Estados: SP, RS, MG, PE e DF).

• O deputado paulista Osvaldo Doreto Campanari, apresenta através da Moção no. 351, de 31 de março de 1976, na sala das sessões em 1º. De junho de 1976 da Assembléia Legislativa do estado de São Paulo, apelo à Câmara dos Deputados no sentido de que discuta e aprove projeto de lei que regulamenta a profissão de sociólogo.

• Nesse ano Kissinger visita o Brasil. Bombas são colocadas na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro; no Cebrap, São Paulo e da Editora Civilização Brasileira. Na economia, "o pacote de abril". Figueiredo indicado sucessor de Geisel. É fundada a Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia, e a Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, em São Paulo. Morre nas dependências do DOI-Codi o operário Manoel Fiel Filho.

• Também nesse ano a Asesp executa um levantamento dos profissionais formados em Ciências Sociais e organiza uma mesa redonda sobre “Profissionalização do Sociólogo” na XXVIII Reunião da SBPC, de 7 a 14 de julho de 1976.

1977

• É fundada a Associação dos Sociólogos do Estado do Paraná.Esse ano é bastante rico em atividades para os sociólogos. Quatro Encontros Nacionais de Associações são realizados. A saber: o IV Encontro, no dia 30 de janeiro, na cidade de São Paulo (Estados: SP, PE, CE, RS e DF); o V Encontro, entre os dias 8 e 9 de abril, na cidade de Brasília (Estados: SP, RS, BA, MG, DF e PE); VI Encontro, entre os dias 7 e 13 de julho, durante a realização da XXVIII Reunião Nacional da SBPC, na cidade de São Paulo (Estados: SP, PR, MG, CE, DF, PE e RS); VII Encontro, que funda a Associação dos Sociólogos do Brasil - ASB, entre os dias 13 e 14 de novembro, na cidade de Belo Horizonte (Estados: SP, DF, CE, PA, PE, PR, MG, RS e BA). A carta de formação da Associação dos Sociólogos do Brasil (ASB) é assinada pela Associação Regional dos Sociólogos do Pará, Associação dos Sociólogos do Distrito Federal, Associação dos Sociólogos de Pernambuco, Sociedade Mineira de Sociologia, Sociedade Paranaense de Sociologia, durante o VII Encontro Nacional de entidades, realizado nos dias 13 e 14 de novembro de 1977 em Belo Horizonte, MG.

• Ainda, neste mesmo ano no mês de setembro é criada a Associação Nacional de Pós Graduação em Ciências Sociais (ANPOCS). O cientista político Francisco Weffort, é eleito o presidente da Anpocs (1977)

• Entre os fundadores da Anpocs, destacam-se Mario Brockman Machado, formado em Direito (PUC-RJ) e mestre e doutor em Ciência Política pela Universidade de Chicago com a tese "Political Socialization Authoritarian Systems: The Case of Brazil"; Celina Vargas do Amaral Peixoto, bacharel em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política da PUC/RJ, com mestrado em Ciência Política e Sociologia pelo IUPERJ, Olavo Brasil de Lima Júnior, seu primeiro secretário, dentre outros.

• No ato de fundação da Associação dos Sociólogos do Brasil, de caráter civil, com características sindicais, foi eleita para presidente a socióloga e servidora pública do Rio Grande do Sul, Maria Luiza Jaeger, que presidiu a entidade entre 1977 e 1980.

• Nesse ano a polícia bloqueia o "campus" da Universidade de São Paulo para que não se realize uma reunião de estudantes. A reunião é transferida secretamente para o "campus" da Pontifícia Universidade Católica que é invadida pela polícia, comandada pelo coronel Erasmo Dias, tendo sido presos vários estudantes e sendo duas estudantes gravemente feridas à bomba

1978

• É realizado o primeiro Encontro da ANPOCS, entidade que aglutina e representa centros de pesquisa e programas de pós-graduação que atuam no campo das ciências sociais. Ao longo de sua trajetória teve a condução de presidentes como o cientista político Francisco Weffort (1977-1978), sociólogo Vilmar Faria (1988-1990); o sociólogo Antonio Flávio Pierucci - USP (1992-1993); o antropólogo Gilberto Cardoso Alves Velho-UERJ (1995-1996); Olavo Brasil de Lima Júnior (1998 – 1999); Renato R. Boschi (out. 1999 - out. 2000); Luiz Jorge Werneck Vianna – IUPERJ (2003-2004), o antropólogo Roque Laraia de Barros – UnB (2001-2002), Elisa Maria da Conceição Pereira Reis (1996-1998); a socióloga Alice Rangel de Paiva Abreu, Glaucio Ary Dillon Soares, Gabriel Cohn – USP (2005-2006), dentre outros.

• A ASESP promove o I Encontro Paulista de Entidades Profissionais. Entre as atividades destacam-se os seminários “Política Econômica e Questão Salarial” por Francisco de Oliveira, Octávio Ianni, Roberto Macedo; Política Educacional e a Formação de Mão de Obra Intelectual, por Maria Nilde Mascellani, Hézio Cordeiro, Mário Schemberg e Darcy Ribeiro. Também participaram do Encontro Antonio Candido, Milton Santos e Oriovaldo Queda. Morre no Recife o sociólogo Duglas Teixeira Monteiro, em acidente de trânsito.

1979

• É fundada a Associação dos Sociólogos do Estado de Pernambuco - ASPE.

• É realizado o I Congresso Nacional de Sociólogos, na cidade de Belo Horizonte, entre os dias 22 e 26 de fevereiro. A temática desse evento foi "Sociedade e Sociologia no Brasil". Até o IV Congresso, a sua periodicidade será anual.

• É apresentado o primeiro Projeto de Lei em plano estadual que obriga o ensino de Sociologia nas escolas de segundo graus as redes pública e particular de ensino. É o PL n.º 343 de 27 de junho de 79 de autoria do deputado estadual do PMDB de São Paulo, Mauro Bragato , também ele sociólogo formado pela PUC de São Paulo e do bloco progressista desse Partido.

• Nesse ano é aprovada em 27/08/79 a lei da anistia, que revogou as penas impostas aos presos políticos, anulou o banimento, permitiu a volta dos exilados ao nosso país.O ex-governador Leonel Brizola retorna ao país, em 6 de setembro desse ano após 15 anos de exílio Também em setembro desse mesmo ano o ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, e o ex-deputado federal, Márcio Moreira Alves, voltam do exílio.No dia 20 de outubro desse mesmo ano Luiz Carlos Prestes desembarca no aeroporto do Galeão, no Rio, e é recebido por cerca de 10 mil pessoas

• Levantamento efetuado pela Associação dos Sociólogos do Estado de São Paulo (ASESP, Questões sobre o projeto de Regulamentação da Profissão de Sociólogo, Comissão de Profissionalização, 1979:23) demonstra a existência dentre os formandos de 34 faculdades, no total de 7.7764, no período de 1936 – 1975 (no Estado de São Paulo) de 4.337 Licenciados em Ciências Sociais, 2.605 Bacharéis em Ciências Sociais e 807 Bacharéis e Licenciados em Ciências Sociais.

1980

• É aprovado pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo o PL 343/79 do deputado Mauro Bragato e vai à sanção governamental.

• É realizado o II Congresso Nacional de Sociólogos na cidade de Recife, entre os dias 23 e 26 de setembro tendo como tema “Por uma Sociedade Democrática”.(tema não disponível pela pesquisa). Nesse Congresso, para um mandato de dois anos, é eleito o sociólogo mineiro Wellington Teixeira Gomes , que fica no cargo até 1982. Desse evento participaram cerca de 700 profissionais.

• Finalmente, uma versão parecida com os projetos anteriores do deputado Francisco Amaral acaba por ser aprovado na Câmara dos Deputados e vai a sanção presidencial. Em 10 de dezembro o general presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo, sanciona a Lei n.º 6.888 que reconhece a profissão de sociólogo e dá outras providências. Assegura aos profissionais, nos termos da legislação complementar, a docência de Sociologia e as Sociologias especiais nos três níveis de ensino no país. Cerca de outros 227 projetos de leis que regulamentam profissões tramitavam nesse mesmo ano na Câmara dos Deputados.

• A Associação Gaúcha dos Sociólogos, realiza entre os dias 11 a 13 de setembro, o seu I Encontro Estadual de Sociólogos do Rio Grande do Sul.

1981

• Surge a primeira Associação Profissional de Sociólogos que se tem notícias, de caráter pré-sindical, preparando terreno para a organização de Sindicatos, que foi a Associação Profissional dos Sociólogos do Estado do Rio de Janeiro - APSERJ.

• É realizado o III Congresso Nacional de Sociólogos na cidade de Brasília, entre os dias 15 e 18 de setembro. O tema desse evento foi "Atuação Profissional e Prática Política do Sociólogo". O III Congresso Nacional dos Sociólogos realizado de 15 a 18 de setembro em Brasília - DF , reuniu aproximadamente 600 sociólogos e estudantes de C. Sociais de todo o Brasil. A abertura do evento foi feita pelo Prof. Luciano Martins (UnB). O prof. Dr. Enno Liedeke Filho da Universidade Federal do RS, na época participando pela Associação Gaúcha dos Sociólogos, participou da mesa redonda "Os novos canais da organização profissional". Também participou do evento o atual jornalista da TV Globo e sociólogo Franklin Martins, Olívio Dutra, ex-governador do RS e atual Ministro de Cidades, Roberto Freire, na época dep. fed. pelo PMDB, entre outros.

• Durante o III Congresso Nacional de Sociólogos,o sociólogo Fernando Correia Dias apresenta comunicação em que analisando os Cursos de Graduação em ciências sociais, por tipo de titulação, indica que em 1978 havia 56 Licenciaturas; 15 Bacharelados em Ciências Políticas e Sociais; e 6 cursos organizados segundo o modelo da Escola Livre de Sociologia e Política.

• Mais recentemente, o prof. Enno Liedke em “A Sociologia no Brasil: história, teorias e desafios” destaca “... dados da Federação Nacional dos Sociólogos, indicam que, ao longo dos setenta anos transcorridos desde a implantação do primeiro curso de ciências sociais no Brasil, foram formados cerca de 40.000 licenciados e bacharéis, sendo que atualmente a estrutura acadêmica da área é constituída por 132 habilitações(bacharelados e licenciaturas) sediadas em 84 instituições (MEC), com cerca de 13.000 alunos. Em 2002, as tês áreas – Antropologia, Ciência Política e Sociologia – totalizam 51 cursos de pós-graduação, com um corpo docente de 901 professores em quase sua totalidade doutores, e possuindo um total de 1.742 alunos de mestrado e 1.476 alunos de doutorado”.

• É realizado no Campus da USP, o I Congresso Estadual de Sociólogos de São Paulo, entre os dias 12 e 15 de agosto, cujo tema foi "O Sociólogo e o Futuro da Democracia no Brasil: Condições e Possibilidades". Nesse Congresso é reeleito presidente da Asesp Francisco de Oliveira . Também, nesse Congresso, a formação do Sindicato dos Sociólogos do Estado de SP é amplamente debatida. O I Congresso Estadual dos Sociólogos, promovido pela ASESP, teve a realização dos cursos “Sociologia Brasileira Pós-64” e “Sociedade Brasileira e Regimes Políticos”, ambos realizados na USP.

• O XIV Congresso da Associação Latino-Americana de Sociologia é realizado em San Juan, Porto Rico em 1981. Nesse congresso integrando o Comitê Diretor da ALAS - Associação Latino-americana de Sociologia, (1981-1983), foi eleito o sociólogo brasileiro José Álvaro Moisés .

1982

• Surge a Associação dos Sociólogos do Distrito Federal. A Associação dos Sociólogos do Distrito Federal, registrada sob nº 243, em 15 de novembro de 1977 no Cartório do 1º. Ofício de Brasília, teve como um de seus primeiros presidentes Abdias Vilar de Carvalho . Posteriormente transformou-se em Associação Profissional dos Sociólogos do Distrito Federal (APSDF) tendo como presidente Patrícia Maria Machado Colela.

• É aprovada pelo Congresso Nacional a Lei 7.044 que altera parcialmente a Lei 5.692/71 que retira a obrigatoriedade da profissionalização do segundo grau, substituindo pelo conceito de "preparação para o trabalho". Abrem-se oportunidades para serem introduzidas disciplinas optativas na parte do currículos dos cursos de segundo grau na parte denominada "diversificada".

• Ainda nesse ano o então governador Paulo Maluf do Estado de São Paulo, veja integralmente o PL 343/79 do deputado Mauro Bragato, que propunha a inclusão da disciplina de Sociologia nos currículos dos cursos das escolas de 2º grau no âmbito estadual.

• É realizado o IV Congresso Nacional de Sociólogos na cidade de Fortaleza, entre os dias 7 e 10 de setembro. O tema desse evento foi "Conjuntura e Prática Sociológica no Brasil". Nesse Congresso é eleita presidente da ASB a socióloga paulista Maria Sílvia Portela de Castro . Ficará no cargo até 1986.Estiveram presentes ao IV Congresso Nacional dos Sociólogos, 536 participantes, representando 17 estados. O congresso abordou, privilegiadamente, a questão da organização da categoria em Associações Profissionais, tendo em vista a fundação de sindicatos. A abertura do congresso, no dia 7 de setembro de 1982, foi feita com a conferencia "Caminhos e Dilemas da Sociologia na Atual Conjuntura" pelo saudoso professor Mauricio Tratemberg (PUC/SP).

• Fundada em outubro na sede da Asesp, a Associação Profissional dos Sociólogos do Estado de São Paulo, que funcionará juntamente com a Associação de caráter civil. Seu primeiro presidente é Adaucto Durigan .

1983

• O então Ministro do Trabalho Murilo Macedo edita Portaria de n.º 3.230 de 15 de dezembro desse ano, que enquadra a profissão de Sociólogo no 31º grupo da Confederação Nacional dos Profissionais Liberais - CNPL.

• Também nesse ano a Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo elabora diretrizes para a reorganização do ensino de 2º. Grau.

• É realizado o II Congresso Estadual dos Sociólogos de São Paulo, no Campus da USP, entre os dias 10 e 13 de agosto, cujo tema foi "O Sociólogo e a Questão Social: 50 anos de Sociologia no Brasil". Nesse Congresso é eleito presidente da Asesp, o professor Dr. Gabriel Cohn .

• No XV Congresso Latino-americano de Sociologia, realizado entre os dias 10 e 14 de outubro de 1983, em Manágua, Nicaraguá, tendo como tema "Participação Popular e Estratégias de Desenvolvimento na América latina e Caribe", no ano do bicentenário de nascimento do libertador Simón Bolivar, no ultimo dia do congresso foi realizada a Assembléia da ALAS, onde foi eleita a nova diretoria que contou com a participação da socióloga brasileira, Laís Wendel Abramo , secretária da Asesp (gestão 1979-1981). O XV Congresso da ALAS foi organizado em 1983, em Manágua, em plena Revolução sandinista (1979-1990), cuja declaração final expressa a conjuntura da América Central: La Revolución popular Sandinista es la culminación de la larga lucha antiimperialista del pueblo nicaragüense, por rescatar su soberanía y construir un orden social justo.(...) La voluntad de paz del gobierno y el pueblo de Nicaragua son plenamente evidentes.(...) Reconocemos al F.N.L.N. – PDR como el genuíno representante de los intereses y aspiraciones del pueblo salvadoreño y ratificamos que la única alternativa de solución al grave conflicto que agobia a ese hermano país, es a través de una solución política negociada, en base a cambios profundos en las estructuras políticas, economicas y sociales en la actual sociedade salvadoreña.(...) Nos identificamos plenamente con las luchas que desarrolla desde hace varias décadas, el heríco pueblo guatemalteco que desde 1954 ha venido enfrentando a las dictaduras más oprobiosas de este Continente.(...) Los científicos Sociales de nuestra América participantes en el XV Congreso Latinoamericano de Sociologia, al aprobar esta Declaración de Managua, nos comproetemos en nuestra condición de intelectuales revolucionários, a trabajar, modesta pero incansablemente, en favor del compromiso que en este evento hemos contraído. ‘ De América somos hijo ‘(Mattos, Sergio S.&CARVALHO, Lejeune Mato Grosso, 2005).

• No dia 28 de agosto desse mesmo ano ocorre o congresso de fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Morre no dia 27 de agosto de 1983 Teotônio Vilela

1984

• O general presidente da República da época, João Batista de Oliveira Figueiredo, assina Decreto com seu Ministro do Trabalho, Murilo Macedo, que regulamenta a profissão e dá outras providências, a Lei 6.888/81, que reconheceu a profissão de sociólogo no Brasil. É o Decreto de n.º 89.531 de 5 de abril desse ano .

• Sob o governo eleito de André Franco Montoro, a disciplina de Sociologia é incluída entre as matérias da parte diversificada nos currículos das escolas estaduais de segundo grau.

• É realizado o V Congresso Nacional de Sociólogos na cidade do Rio de Janeiro, Campus da UERJ, entre os dias 24 e 27 de maio. O tema desse evento foi "Os Sociólogos e a Construção da Democracia no Brasil". A partir desse Congresso, a sua periodicidade passa a ser bianual. Ai ocorre uma mudança estatutária por decisão da plenária de delegados, permitindo a reeleição dos cargos da diretoria. Dessa forma, Maria Sílvia Portela de Castro, ganha mais um mandato na presidência da ASB.

• No V Congresso Nacional dos Sociólogos, realizado no RJ entre os dias 24 e 27 de maio de 1984, cujo tema foi "Os sociólogos e a construção da Democracia", participaram dos debates representantes da Argentina, Nicarágua e Paraguai.

• É fundada em 5 de maio de 1984 a Associação Profissional dos Sociólogos de Santa Catarina.

• Nesse ano vários comícios são realizados em todo país em favor das eleições diretas. O movimento ficou conhecido como Diretas Já. É importante registrar que em São Paulo, às vésperas do comício do Vale do Anhangabaú, uma passeata com mais de 500 sociólogos saiu da antiga sede do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo e da ASESP,então na rua Augusta, e dirigiu-se ao local do comício, tendo a frente Vincius Caldeira Brant, pesquisador do CEBRAP, presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo e ex-presidente da UNE.( MATTOS, Sergio Sanandaj &CARVALHO, Lejeune Mato Grosso. Sociólogos&Sociologia. História das suas entidades no Brasil e no mundo, 2005:76).

1985

• Nesse ano surgem os dois primeiros Sindicatos de Sociólogos em nível estadual: são os dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais. Pelas legislação sindical e trabalhista anterior, para que pudesse ser criada uma Federação Nacional, seriam precisos que existissem no país pelo menos 5 entidades sindicais com carta sindical expedidas pelo Ministério do Trabalho. A carta sindical de Minas Gerais é a primeira do país, datada de 21 de abril desse ano. A de São Paulo é recebida em agosto.

• O sociólogo Vinícius Caldeira Brant , é eleito presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo.

• A Coordenadoria de Normas Pedagógicas - CENP, com a participação de sociólogos do Grupo de Trabalho de Sociologia no Segundo Grau da Asesp/Apsesp, coordenada pela socióloga Ângela Martins , elabora diretrizes e normas, metodologia e bibliografia de ensino de Sociologia para as escolas de segundo grau paulistas.

• É realizado o III Congresso Estadual dos Sociólogos de São Paulo, no Campus da USP, entre os dias 1º e 5 de setembro, cujo tema foi "Os Sociólogos e a Constituinte". Nesse Congresso é eleito o professor Dr. Sedi Hirano , como presidente da Asesp. A abertura do III Congresso Estadual dos Sociólogos, promovido pela ASESP, foi feita pelo Senador e Sociólogo Fernando Henrique Cardoso, na época presidente da International Sociological Association (ISA, 1982-1986).

1986

• O VI Congresso Nacional de Sociólogos realizado em Curitiba, entre os dias 6 e 9 de julho, tendo como tema “O Sociólogo e a Constituinte” decide indicar na sua Plenária Final de Delegados Sindicais, uma Comissão Pró-Federação Nacional. Ela é presidida por Manoel Aires de Moura , presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de Pernambuco. A Comissão tinha a incumbência de preparar o próximo Congresso Nacional, elaborar uma proposta de Estatutos da Federação Nacional e representar minimamente a categoria a nível nacional. O temário desse Congresso foi " O Sociólogo e a Constituinte".

• Por reivindicação da Asesp/Apsesp, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo realiza concurso público para provimento de cargos de professor em diversas disciplinas e abre 29 vagas para a disciplina de Sociologia, privativa dos sociólogos lecionar. Cerca de 1.500 sociólogos se inscrevem e 450 são considerados aprovados.

• Ainda, neste mesmo ano, realiza-se no Rio de Janeiro, em 5 de março de 1986, a reunião de entidades de sociólogos da América Latina, durante o XVI Congresso da ALAS. Participam a ASB, Federação Argentina de Sociólogos, o Colégio de Graduandos em Sociologia de Buenos Aires, a Associação Portoriquenha de Sociologia, e a Associação de Sociólogos do Caribe.

• Também, neste ano, durante o XVI Congresso Latino-Americano de Sociologia, realizado entre os dias 2 e 07 de março, é realizado na UERJ, promovido pela Asociaciõn Latino-americana de Sociologia [ALAS].e pela Associação dos Sociólogos do Brasil (ASB), a reunião especial "La Profesion del Sociólogo en America Latina" coordenada pela ASB. Nesse congresso o prof. Dr. Theotônio dos Santos é eleito presidente da ALAS.

• Nesse ano em 27 de junho de 1986 é fundado o Sindicato dos Sociólogos do Rio Grande do Sul, que um ano após sua criação obtém em 30 de julho de 1987 o reconhecimento e a Carta Sindical. Atualmente é presidido pelo sociólogo Salvatore Santagada, da Fundação de Economia e Estatística Sigfried Emanuel Heuser (RS). Hoje, o número de sociólogos no Estado alcança em torno de cinco mil profissionais, 900 deles com registro na Delegacia Regional do Trabalho (DRT/RS) e 250 profissionais sindicalizados, que são representados pela atual Diretoria. .Recebeu em 03 de fevereiro de 2005 o Mérito Sindical da Câmara Municipal de Porto Alegre.

1987

• O deputado estadual Luiz Nova, do PCdoB da Bahia, apresenta em 9 de novembro na Assembléia Legislativa baiana o PL n.º 7.084 que determina a obrigatoriedade do ensino de Sociologia nas escolas pública desse Estado.

• É realizado em São Paulo o IV Congresso Estadual de Sociólogos, no Campus da USP, entre os dias 26 e 29 de agosto, cujo tema foi "Caminhos da Sociedade no Brasil: Balanço e Perspectivas". Nesse Congresso é eleito para a presidência da Asesp o professor Dr. Eder Sader, da USP, que vem a falecer logo em seguida, sendo substituído por Antônio Gonçalves , do Banco do Brasil.

• Durante o IV Congresso dos Sociólogos na Cidade Universitária, USP, realizou-se no dia 26 de agosto uma sessão em homenagem ao Professor Cândido Procópio Ferreira de Camargo, apresentando diferentes momentos de sua vida e contribuição acadêmica. Participaram da mesa, Oracy Nogueira, José Reginaldo Prandi, Antonio Flávio Pierucci (organizador da mesma) e Maria Stella Ferreira Levy.

• Ainda, nesse mesmo ano, a Sociedade Brasileira de Sociologia, promove a realização do III Congresso Brasileiro de Sociologia, na cidade de Brasília, DF, tendo como tema “Sociologia, Sociologias”. Nesse congresso o prof. Dr. José Albertino Rodrigues, é eleito presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia.

• Em termos de contextualização histórica, nesse ano é reunida uma Assembléia Nacional Constituinte para elaboração de uma nova Constituição.

1988

• No VII Congresso Nacional dos Sociólogos realizado em Salvador, realizada entre os dias 24 e 27 de maio, no Centro de Convenções, por proposta do sociólogo e professor Lejeune Mato Grosso de Carvalho, delegado sindical por São Paulo, decidiu-se, em sua Plenária Final de Delegados Sindicais fundar a Federação Nacional dos Sociólogos. Os Estatutos são finalmente aprovados e determina-se as diretrizes para as lutas nacionais, bem como os procedimentos para o registro sindical e civil da nova entidade nacional. É eleita presidente a socióloga e servidora pública Miriam Costa Oliveira. Um ano depois, alterna-se na presidência o sociólogo carioca Mauro Peterson Domingues. O temário desse Congresso foi "Sociedade Brasileira: Crise e Perspectivas".

• Mais uma vez o sociólogo e deputado estadual pelo PMDB de São Paulo, Mauro Bragato, apresenta novo Projeto de Lei à Assembléia Legislativa do Estado, de n.º 630, que determina a obrigatoriedade do ensino de Sociologia nas escolas de segundo grau da rede pública paulista.

1989

• É fundado em 24 de junho de 1989 o Sindicato dos Sociólogos do Pará. Ao longo de sua exist~encia, o Sindicato dos Sociólogos do Pará realizou 04 (quatro) congressos estaduais, vários encontros estaduais de cursos de Ciências Sociais, 02 (dois) simpósios de sociologia da educação, entre outras atividades. Desde sua fundação teve a condução de presidentes como Rosângela Novaes Lima, Vera Lucia Jacob Chaves, Sueli Maria Drago Pinho, e Maria Mendonça Vinagre.

• O Sindicato dos Sociólogos do Estado do Pará, encaminha à Assembléia Legislativa do Estado, uma proposta de Emenda à Constituição Estadual que determina a obrigatoriedade do ensino de Sociologia nas escolas da rede pública paraense. O deputado estadual desse Estado Wandekolk Gonçalves transforma essa reivindicação em Projeto de Lei n.º 75/89.

• O deputado estadual pelo Rio Grande do Sul, Constantino Picarelli, apresenta Projeto de Lei junto à Assembléia Legislativa gaúcha, que inclui a disciplina de Sociologia nas escolas da rede estadual de ensino do Estado. Nesse mesmo ano, em 23 de dezembro, o então governador do Estado, Pedro Simon, sanciona a Lei.

• É realizado no Campus da USP em São Paulo, o V Congresso Estadual dos Sociólogos, entre os dias 9 e 12 de agosto, cujo tema foi "Sociologia: Ordem e Desordem". Nesse evento é reeleito para presidência da Asesp, o sociólogo do Banco do Brasil Antônio Gonçalves.

• Nesse ano, a Sociedade Brasileira de Sociologia, realiza na cidade do Rio de Janeiro o seu IV Congresso Brasileiro de Sociologia, com o tema “Sociologia hoje”. O prof. Dr. Simon Schwartzman, é eleito presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia (1989-1991).

• Resultante da campanha popular desencadeada pela APSERJ e pelos estudantes universitários e secundários do Rio de Janeiro a Carta Magna do Estado do Rio de Janeiro (1989) determina em seu Artigo 317, § 4º: "Será introduzida como disciplina obrigatória, nos currículos de 2º grau (agora ensino médio), da rede pública e privada, em todo o território do Estado do Estado do Rio de Janeiro, a Sociologia". Resolução SEE Nº 2711, publicada no D.O. do Estado, pág. 13: Matriz Curricular do Ensino Médio Diurno e Noturno, na Base Nacional Comum, entre as Ciências Humanas e suas Tecnologias coloca a Sociologia com 2 tempos no 3º período, carga horário de 80 horas.

• Na política nacional, Fernando Collor de Mello (PRN) ganha a disputa para presidente com 53,03% dos votos contra 46,97% de Luiz Inácio Lula da Silva

1990

• É realizado o VIII Congresso Nacional dos Sociólogos na cidade de Belém - PA, entre os dias 7 e 11 de maio, no Centro de Convenções do Estado. A temática desse evento foi "O Projeto de Estado Brasileiro e a Amazônia". A abertura desse Congresso, com quase 2 mil inscritos, foi feita pela professor emérito de Sociologia, Florestan Fernandes. Nesse evento é eleita presidente da Federação Nacional a socióloga Rosângela Novaes Lima, do Pará.

1991

• É editado uma resolução em 17 de abril, assinada por Celecino de Carvalho Filho, Coordenador do Grupo Gestor do Cadastro Nacional do Trabalhador, CNT, do Ministério do Trabalho. Publica-se assim a Tabela de Classificação Brasileira de Ocupações do MTb. A profissão dos sociólogos é enquadrada no Grupo 0/1, denominado "Trabalhadores das Profissões Científicas, Técnicas, Artísticas e Trabalhadores Assemelhados". No Sub-Grupo 1-92, os sociólogos recebem o código profissional n.º 1-92.20.

• É realizado no Campus da USP, em São Paulo, o VI Congresso Estadual de Sociólogos, entre os dias 16 e 19 de setembro, cujo tema foi "Participação: Realidade e Mito. Um Olhar Sobre a Utopia". Nesse Congresso é eleito presidente da Asesp o sociólogo Levi Bucalém Ferrari .

• Registre-se nesse ano a iniciativa da Asesp que encaminha oficio no. 122/90 solicitando que fosse declarada de utilidade pública. O pleito obteve parecer desfavorável, por ausência de amparo legal, sendo que o despacho de indeferimento foi publicado no D.O. do Município em 29.06.91 pela Secretaria de Governo Municipal. Analisou a matéria a Secretaria do bem Estar Social que considerou “... não tiramos o mérito da Entidade mas não podemos considerá-la detentora do mérito social pois não atua nas áreas de promoção e assistência social . A solicitação na época foi feita pelo vereador Julio César Caligiuri, através do oficio no. 6393 de 26 de dezembro de 1991.

• Ainda nesse ano a Sociedade Brasileira de Sociologia promove a realização do seu V Congresso Brasileiro de Sociologia, na cidade do Rio de Janeiro, tendo como tema “História e trajetória da Sociologia no Brasil”. O prof. Dr. Sergio França Adorno de Abreu é eleito presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia (1991-1993).

1992

• É realizado o IX Congresso Nacional de Sociólogos na cidade de São Paulo, entre os dias 25 e 29 de agosto, no Campus da Universidade de São Paulo. O tema desse evento foi "O Brasil e a Nova Ordem Internacional". A abertura ocorreu no Teatro da PUC de São Paulo, com cerca de mil participantes. Nesse Congresso foi eleito para presidente da Federação Nacional o sociólogo José João de Oliveira . Foi marcado para Recife o X Congresso Nacional, que deveria ser realizado em 1994, mas por dificuldades locais, não ocorreu. O mandato da diretoria foi prorrogado até 1996.

• Nesse ano o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, foi homenageado, pela UNICEF com o Criança e Paz, pela criação e articulação do movimento Ação pela Cidadania Contra a Fome e a Miséria e pela Vida e por sua intensa atuação no Pacto pela Infância.

1993

• O então deputado federal Renildo Calheiros, ex-presidente da Une e do PCdoB de Pernambuco, apresenta proposta de Emenda à Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB, que obriga a inclusão da disciplina de Sociologia em todas as escolas de segundo grau das redes públicas e particulares do Brasil. A proposta é aprovada, mas encontra-se atualmente em discussão no Senado Federal (praticamente parado e que na verdade ganhou um substitutivo de autoria do Senador Darcy Ribeiro, que não acatou essa questão).

• É realizado no Campus da Unicamp (pela primeira vez fora da USP), o VII Congresso Estadual dos Sociólogos de São Paulo, entre os dias 27 e 29 de setembro e cujo tema foi "Velhas e Novas Crises: O Papel das Ciências Sociais". Nesse evento é reeleito presidente da Asesp o sociólogo da CESP Levi Bucalém Ferrari.

• Nesse ano a Sociedade Brasileira de Sociologia realiza na cidade do Recife, o seu VI Congresso Brasileiro de Sociologia, com o tema “A Contemporaneidade brasileira: dilemas e desafios para a imaginação sociológica”. O prof. Dr. Sergio Adorno França de Abreu (USP) é reeleito presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia (1993-1995).

• Em termos de contextualização histórica e política, nesse ano no país o presidencialismo vence plebiscito sobre sistema de governo no Brasil No dia 20 de maio desse mesmo ano o sociólogo Fernando Henrique Cardoso assume o Ministério da Fazenda.O O sociólogo brasileiro Herbert de Souza (Betinho) é premiado pela UNICEF no dia 05 de outubro desse ano.

1995

• Pela primeira vez na história do Brasil, em 1º de janeiro, um sociólogo toma posse na presidência da República. O Professor Fernando Henrique Cardoso é empossado, tendo sido eleito no primeiro turno das eleições de 3 de outubro de 1984, pelo PSDB.

• É realizado no Campus da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (também pela primeira vez), o Congresso Estadual dos Sociólogos, entre os dias 9 e 11 de outubro, cuja tema foi "Globalização, Neoliberalismo e Questão Social". Nesse Congresso é eleita presidente da Asesp (a segunda mulher da história da entidade) a professora Dr.ª Nancy Valadares de Carvalho .

• Em agosto, morre, vítima de uma hemodiálise mal feita, o maior sociólogo do país, o professor Florestan Fernandes.

• Na cidade do Rio de Janeiro é realizado o VII Congresso Brasileiro de Sociologia, promovido pela Sociedade Brasileira de Sociologia. Nesse congresso o prof. Dr. Antonio Sergio Alfredo Guimarães (UFBA) é eleito presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia (1995-1997).

1996

• É realizado na cidade de Porto Alegre, entre os dias 9 e 13 de setembro, no Campus da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre, o X Congresso Nacional, cuja temática foi "A (ir)racionalidade Ocidental: As Perspectivas para o Século XXI". Nesse Congresso em sua plenária final serão discutidos as perspectivas da organização sindical dos sociólogos e da Federação Nacional, bem como a questão da oportunidade da criação dos Conselhos Federal e Estaduais de Sociologia em todo o país. Nesse Congresso é eleito para presidente da FNS o sociólogo Lejeune Mato Grosso Xavier de Carvalho. É marcado o XI Congresso Nacional para julho de 98 na cidade de Salvador – BA.

• Nesse ano o presidente da República sanciona a Lei no. 9.394/96, mais conhecida como LDB, cujo artigo 36, inciso III, determina que todos os egressos do Ensino Médio “deverão demonstrar conhecimentos de Sociologia e de Filosofia”.

1997

• Em março o Conselho Deliberativo da FNS, reunindo todas as entidades sindicais, decide solicitar a filiação da Federação à Central Única dos Trabalhadores – CUT, à Confederação Nacional dos Profissionais Liberais – CNPL e à International Sociological Association – ISA (todas as entidades aceitam o pedido de filiação).

• Em agosto desse ano, é fundado o Sindicato dos Sociólogos do Estado do Piauí.

• O Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo e a Federação Nacional dos Sociólogos, realizam em 19 de junho deste ano, o I Encontro Estadual de Coordenadores de Cursos de Ciências Sociais do Estado de São Paulo, com ênfase especial a questão da implantação da LDB e à introdução da Sociologia no 2o. Grau como disciplina de caráter obrigatório, do chamado tronco básico nacional, como determinam os artigos 26 e 36 da LDB.

• É realizado na Cidade Universitária, USP, SP, Brasil, entre os dias 31 de agosto a 5 de setembro de 1997, o XXI Congresso Latino-Americano de Sociologia. Participaram cerca de 1500 pessoas, entre professores, pesquisadores, e estudantes. Neste congresso, é eleito presidente da Associação Latino-Americana de Sociologia (ALAS), o sociólogo brasileiro Emir Sader (gestão 1997-1999). Da realização do congresso, resulta a importante publicação "Democracia sin exclusiones ni excluidos", que reúne uma coletânea de textos apresentados no XXI Congresso Latino-Americano de Sociologia.

• Também nesse ano é realizado na cidade de Brasília o VIII Congresso Brasileiro de Sociologia, promovido pela Sociedade Brasileira de Sociologia, tendo como tema “A Contemporaneidade brasileira: dilemas e desafios para a imaginação sociológica”. O prof. Dr. José Vicente Tavares dos Santos(UFRGS) é eleito presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia (1997-1999).

• Heleieth Saffioti em “Estar ou ser sociólogo”, (Saffioti, 2003, p. 161, in: Barreira,2003), ressalta, segundo dados parcialmente apresentados do importante estudo de Dal Rosso, (Dal Rosso, Sadi et alii. O trabalho do sociólogo. Brasília:UnB, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2000, mimeo).

• (...) Compulsando o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) de 1997, Dal Rosso (2000), auxiliado por uma equipe, construiu um quadro aproximado do movimento existente no mercado de trabalho para sociólogos. Naquele ano, foram admitidos 3.615 professores de Ciências Humanas, tendo sido demitidos 2.462, o que deixou um saldo positivo de 1.153 novos empregados. Obviamente, há outros profissionais, além de sociólogos, lecionando Ciências Humanas.(...) Fora do Magistério, Dal Rosso encontrou sociólogos e antropólogos realizando atividades específicas de sua ocupação em curva descensional. (...) No caso específico das mulheres, o desemprego de sociólogas obdece à lógica vigente das relações de gênero na qual está embutida a tradicional divisão sexual do trabalho, ocultando-se sob atividades domeésticas ou atividades econômicas desenvolvidas no próprio domicílio. (...) Partindo de censos demográfico, Dal Rosso aponta a seguinte evolução do número de cientistas sociais no Brasil: 1970:416; 1980:2.225 (multiplicação por seis no intervalo); 1991:2.517 (crescimento de apenas 13,1%). Trata-se de profissão bastante feminina, pois a presença das mulheres, em 1981, era de 74%. É no campo das atividades sociais, desde o inicio, que se localizam os cientistas sociais. Em 1970, as maiores concentrações deles estavam: 38% em atividades sociais, e 35%, na administração pública.Esta distribuição praticamente não variou em 1980, o mesmo ocorrendo quando se tomam os dados de 1991, ano em que a proporção de cientistas sociais alocados em atividades sociais havia crescido para 38,7%. (...) A partir destes dados, Dal Rosso estima que se formem 1.070 bacharéis e licenciados em Ciências Sociais por ano, no país.(...) De acordo com o CAGED, em 1997, foram criados 285 postos de trabalho para sociólogos e antropólogos e 3.615 para professores de Ciências Humanas. (Saffioti, 2003, p.161 , in: Barreira,2003).

• Nesse ano é criado na Universidade Federal de Pelotas (UFPel/RS) o Curso de Ciências Sociais.

1998

• Dados do perfil do declarante do IR distribuídos por profissões e sexo nesse ano registram de um total de 1.163.778 declarações, como sendo 3.542 de sociólogos, distribuídos por 1.027 sociólogos homens e 2.515 mulheres. As declarações por profissão em maior número foram médico, com um total de 164.062, sendo 105.260 homens e 58.802 mulheres e engenheiro com um total de 214.758, sendo 196.160 homens e 18.598 mulheres. Tais dados, ainda que parciais, se remetem a questões relativas não só ao mercado de trabalho e emprego, como também a uma fraca consolidação e institucionalização da profissão de sociólogo.

• No dia 17 de novembro desse ano morre o sociólogo brasileiro Maurício Tragtenberg.

1999

• É realizado o XI Congresso Nacional dos Sociólogos da FNSB, em Salvador – BA, entre os dias 11 e 14 de maio. O tema do evento foi “O Mundo em Redefinição: Trajetórias Políticas e Sociais Emergentes”. O sociólogo e professor Lejeune Mato Grosso Xavier de Carvalho é reeleito presidente da entidade em chapa única.

• Nesse ano entre os dias 30 de agosto e 3 de setembro é realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, cidade de Porto Alegre, o IX Congresso Brasileiro de Sociologia, com o tema “A Sociologia para o Século XXI”. Nesse congresso o Prof. Dr. José Vicente Tavares dos Santos é reeleito presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia – SBS (1999-2001).

• No dia primeiro de janeiro desse mesmo ano o sociólogo Fernando Henrique Cardoso dá início a novo mandato. No dia 26 de agosto também desse ano Partidos de oposição e entidades da sociedade civil promovem a maior manifestação contra o governo de FHC

• Morre no dia 25 de junho desse ano o sociólogo Vinícius Caldeira Brant, ex-presidente da UNE, do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo, pesquisador do Cebrap e professor da UFMG. . Seus estudos sobre movimentos sociais e relações de trabalho foram decisivos para a evolução da Sociologia brasileira. O prof. Dr. Francisco de Oliveira presta justa homenagem com o artigo “Adeus a Vinicius Caldeira Brant”, publicado em Novos Estudos CEBRAP, no. 54, julho, 1999, e “Inovação, rigor e ascese entre a vida e a obra de Vinicius Caldeira Brant”, Tempo e Presença, v.13, no. 1, maio de 2001. Também a UFMG promove durante Seminário de estudos sobre o trabalho, em maio de 2001, a mesa-redonda Vida e Trajetória Intelectual de Vinícius Caldeira Brant, com participação de Frei Betto, do economista Paul Singer (USP), do sociólogo Adalberto Moreira Cardoso (Iuperj), da professora Maria Lígia Barbosa (UFRJ) e de Wanda Caldeira Brant, irmã do sociólogo

2001

• Em setembro entre os dias 3 e 6 é realizado na cidade de Fortaleza, na Universidade Federal do Ceará, o X Congresso Brasileiro de Sociologia. O congresso teve como tema “Sociedade e Cidadania: Novas Utopias”. O prof. Dr. César Barreira é eleito presidente da SBS (2001-2003).

• Em 20 de setembro desse ano, o senado da República aprova o projeto de Lei que introduz sociologia e filosofia, mesmo com orientação contrário da liderança do governo.

• No dia 8 de outubro, data do aniversário do assassinato do revolucionário Ernesto “Che” Guevara, o presidente Fernando Henrique Cardoso, um sociólogo, veta integralmente a Lei aprovada pelo Congresso nacional, após 4 anos de tramitação. No dia 23 de agosto desse ano o sociólogo Octavio Ianni recebe o prêmio Juca Pato

2002

• É realizado no dia 27 de abril, no auditório da Apeoesp, em uma promoção do Sinsesp, FNSB, Asesp, Federação dos Professores do Estado de SP, Apeoesp, o III Encontro Estadual de Professores de Sociologia e Filosofia. O evento contou com as conferencias de Celso Favaretto, Heleieth Saffioti, Silvio Gallo, Nelson Tomazi, entre outros.

• Entre os dias 1 e 4 de abril, realiza-se na cidade de Curitiba, no campus da UFPR, o XII Congresso Nacional de sociólogos da FNSB e o colega Antonio Ides Antunes do Prado, é eleito presidente da entidade.

• Enno Liedke considera esta etapa da Sociologia brasileira atual como busca de uma nova identidade com implicações teórico-práticas marcada por novos temas e novas abordagens, expanção e diferenciação dos grupos de pesquisa.

• Segundo Enno Liedke (LIEDKE Fo, Enno, A Sociologia no Brasil: história, teorias e desafios, 2005: 426) o diretório de pesquisa do CNPq em Sociologia, Antropologia e Ciência Política, indica que, em 2002, as três áreas totalizavam 477 grupos, estando inscritos 240 grupos de Sociologia, 142 grupos de Antropologia e 95 grupos de Ciência Política.

• Ainda, segundo o Professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. PhD , Enno Dagoberto Liedke Filho em “ Sociologia Brasileira: tendências institucionais e epistemológico-teóricas contemporâneas” ( Sociologias nº 9 Porto Alegre Jan./June 2003) nesse ano “...a Comunidade Científica de Sociologia no Brasil compreende, cerca de 80 cursos de Ciências Sociais, com aproximadamente 15.000 alunos; 21 Cursos de Mestrado e 13 Doutorados em Sociologia; calculando-se a existência de cerca de 40.000 formados em ciências sociais”.

• A Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco promulga a Lei 12.142/2002, que determinou a obrigatoriedade das disciplinas Filosofia e Sociologia no currículo do Ensino Médio.

• Também nesse ano, temos o registro de uma importante conquista. O governador do Estado do Piauí sanciona em 15 de julho de 2002 a Lei no. 5,253 que torna obrigatório o ensino de Filosofia e Sociologia no Estado do Piauí. Sancionado o projeto é publicado no DOE no. 136 de 17 de julho de 2002

2003

• O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de Pernambuco interpõe recurso ao Conselho Nacional de Educação, contrário a promulgação da lei 12.142/2002, que determinou a obrigatoriedade das disciplinas Filosofia e Sociologia no currículo do Ensino Médio. O parecer CEB 22/2003 é aprovado em 02 de fevereiro de 2003, considerando não haver na legislação obrigatoriedade para o ensino das disciplinas.

• Em 24 de junho é realizada na Câmara, na Comissão de Educação, uma audiência pública sobre a derrubada do veto presidencial ao projeto que introduz sociologia e filosofia nas escolas do ensino médio no país. Todos os deputados manifestam-se por unanimidade de forma favorável (PT,PMDB e PSDB). O representante do MEC, Dr. Antonio Ibañez Ruiz, ex-reitor da UnB e secretário do ensino médio do ministério leva uma carta do ministro Cristóvam Buarque enviada a José Dirceu, chefe da Casa Civil, defendendo o apoio do governo pela derrubada do veto.

• É realizado entre os dias 1 e 5 de setembro na Universidade de Campinas,SP, o XI Congresso Brasileiro de Sociologia, cujo tema foi “Sociologia e conhecimento além de fronteiras”. Nesse congresso é eleita a profa. Dra. Maria Stela Grossi Porto, UnB, para presidir a SBS (2003-2005).

• Dados do Inep/Mec do Censo da Educação Superior de 2003, relativos ao número de concluintes nas Instituições de Ensino Superior brasileiras, indicam um total de 528.223 alunos formados nesse ano. Segundo os últimos dados consolidados do Censo da Educação Superior, referentes a 2003, indicam um total de 226 ingressantes em Ciência Política e de 68 concluintes. Em relação a Ciências Sociais os dados apontam um total de 5.495 ingressantes e de 2.653 concluintes. (Fonte dos dados: Inep/Mec. Dados Disponíveis em http://www.andifes.org.br/news)

• No Estado do Ceará o Deputado Estadual Chico Lopes, Líder do PcdoB apresenta no dia 01 de abril desse ano o Projeto de Indicação – 03 que “Autoriza a inclusão das disciplinas de filosofia e de sociologia no programa curricular do ensino médio no Estado do Ceará”.

2004

• Também nesse ano, temos um outro aspecto que se remete a questões relativas ao mercado de trabalho e a profissão. Nesse ano o Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo, por meio de correspondência datada de 2 de abril de 2004, interpelou o TSE a respeito da Instrução no. 72, informando que o Decreto nº 89.531, de 5.4.84, o qual regulamenta a Lei nº 6.888/80, que dispõe sobre o exercício da profissão de sociólogo, estabelece que entre as atribuições deste profissional está a elaboração, supervisão, orientação, coordenação e planejamento de pesquisas atinentes à realidade social, as quais englobariam as pesquisas eleitorais, considerando a Instrução no. 72 - Pesquisa eleitoral, Res.-TSE nº 21.576. com indicação do estatístico responsável o que priva os sociólogos de um espaço que historicamente tem sido uma de suas áreas de atuação, sobretudo aqueles que direcionaram sua formação para a área de pesquisa quantitativa solicitou ao Tribunal cumprimento da legislação vigente e não discrimine nenhum conjunto de profissionais presente no processo eleitoral democrático existente no Brasil, restabelecendo o direito dos sociólogos expresso na lei já citada. O pedido foi indeferido e o TSE considerou que a Instrução nº 72. Res.-TSE nº 21.576. não impede a atuação profissional dos sociólogos avaliada pelo parecer – relator, mais relacionada à análise a ser feita dos resultados da pesquisa, levando-se em conta todos os aspectos da sociedade objeto da pesquisa.

• O deputado Enio Tatto do Partido dos Trabalhadores apresenta em 23 de março desse ano na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, o Projeto de Lei no. 183, que torna obrigatória a inclusão das disciplinas Sociologia e Filosofia no ensino médio no Estado de São Paulo, e dá outras providências.

2005

• É realizado XII Congresso Brasileiro de Sociologia na cidade de Belo Horizonte, campus da Universidade Federal de Minas Gerais, entre os dias 31 de maio e 3 de junho , tendo como tema Sociologia e Realidade. Pesquisa Social no Século XXI.Nesse congresso foi eleito para presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia o prof. Dr. Tom Dwyer (2005-2007). Na abertura do evento foram homenageados e receberam o premio Florestan Fernandes, os professores Heraldo Pessoa Souto Maior, Juarez Rubens Brandão Lopes e Wilma Mendonça Figueiredo. A mesa de abertura esteve composta pela reitora da UFMG, Ana Lúcia Gazzola, os professores Maria Stella Grossi Pinto, presidente da SBS, Tom Dwyer, vice-presidente da entidade, João Pinto Furtado, diretor da Fafich/UFMG, Benicio Schimidt, da Capes, Magda de Almeida Neves , da PUC-MG, e Otávio Dulce, presidente da Comissão Organizadora do 12º. Congresso Brasileiro de Sociologia.Durante o congresso é realizada a posse da direção colegiada do Sindicato dos Sociólogos de Minas Gerais. Prestigiaram a posse da direção colegiada do Sindicato dos Sociólogos de Minas Gerais, coordenadores de cursos, lideranças de movimentos políticos, sociais e sindicais, entre os quais incluem-se o sociólogo Sergio S. Mattos, diretor do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo e Maria Cristina do Sindicato dos Sociólogos do estado do Rio Grande do Norte e da Comissão Provisória da Federação Nacional dos Sociólogos.

• O XII Congresso da SBS teve uma importante mesa redonda – Histórias Locais e Formação das Ciências Sociais no Brasil: Variações sobre um Tema, coordenada por Sedi Hirano, com as participações de Adélia Miglievich , Enno Liedke, Alice Plancherel, e Tânia Magno Silva.

• Durante o XII Congresso da SBS é realizada reunião de entidades de sociólogos e Federação Nacional, com as participações de representantes do Sinsesp, da Sindicato do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e membros da Comissão Provisória da Federação Nacional dos Sociólogos do Brasil.

• Também nesse ano é realizado no Brasil, entre os dias 22 e 26 de agosto o XXV Congresso Latino-Americano de Sociologia (ALAS), na cidade de Porto Alegre, RS, campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, O congresso coordenado pelo prof. Dr. José Vicente Tavares dos Santos, eleito presidente da ALAS teve como tema “ Desarrolo, Crisis y Democracia em América Latina: Participación, Movimentos Sociales y Teoria Sociológica”. O congresso contou a participação do Soc. Sérgio Sanandaj Mattos, ex-diretor da Asesp e atual membro da diretiva do Sinsesp, como expositor no Fórum Temático – “Meio Século de Sociologia na América Latina, história e futuro”, apresentando o trabalho “A Associação Latino-Americana de Sociologia: Um Olhar sobre a trajetória histórica da ALAS”. O trabalho, escrito em co-autoria com o Prof. Lejeune Mato Grosso de Carvalho, é parte do esforço de resgatar e preservar a memória histórica de entidades significativas dos sociólogos e da Sociologia. Participaram da mesa o Prof. Adrian Scribano (Doctor en Filosofia de la Universidade de Buenos Aires, Professor titular de la Universidad Nacional de Vila Maria, Córdoba, Argentina), José Mauricio Domingues (IUPERJ), Manuel Baeza (Vice-presidente da Sociedade Chilena de Sociologia, membro da Junta directiva da ALAS, Chile . Segundo dados apresentados na Assembléia geral da ALAS, pelo prof. José Vicente Tavares dos Santos, eleito presidente da ALAS, o congresso teve um total de inscritos de 3.420 pessoas, bem como a participação de 300 estudantes em alojamento gratuito. O congresso contou com 2.071 conferencistas, 1.210 inscritos sem participação em conferências, na condição de participantes apenas.

• Também nesse ano o Sinsesp, sob o prisma de cumprimento da própria LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), Lei no. 9.394/96 que no Art. 36, parágrafo 1º., item III, reza que ao final do Ensino Médio o educando deverá demonstrar “domínio dos conhecimentos de filosofia e de sociologia necessários para o exercício da cidadania” impetra ação civil pública, contra o Estado dado à ausência da disciplina de Sociologia, em concurso promovido pelo Estado.

• Em igual sentido, nesse ano o Sinsesp protocola no MTE pedido ao ministro com anexo da proposta de lei que cria o conselho federal e no MEC ofício direto no gabinete do ministro que pede a volta da sociologia no EM, além de ter participado das manifestações de rua do dia 16 e da reunião da Coordenação dos Movimentos Sociais no dia 17 de agosto de 2005.

• Também nesse ano entre os dias 14 e 26 de outubro é realizado o VIII Encontro Estadual de Sociologia e o Encontro de Cursos de Ciências Sociais do Rio Grande do Sul. O tema do encontro foi Sociologia no Ensino Médio e os Cursos de Graduação em Ciências Sociais. Durante o evento é realizado sessão de homenagem aos 40 anos da Associação Gaúcha dos Sociólogos, com depoimentos de fundadores e ex-presidentes.

• Outra importante iniciativa nesse ano é a retomada da luta pela implementação do ensino de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio. Em 19 de outubro desse ano o sociólogo Lejeune Mato Grosso X. de Carvalho, vice-presidente do Sindicato dos Sociólogos do estado de SP, o deputado federal Ribamar Alves (PSB-MA) e representantes dos trabalhadores em educação são recebidos em audiência pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Na oportunidade reiteraram apoio do Ministério para a implementação das matérias de sociologia e filosofia no ensino médio. Favorável à matéria , Fernando Haddad solicitou ao secretário da Educação Básica que reafirme ao Conselho Nacional de Educação (CNE) uma proposta de diretrizes curriculares para sociologia e filosofia. Desde 2003 tramita na Câmara dos Deputados, um projeto de lei que garante a inclusão da sociologia e da filosofia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio.

• Entre os dias 25 e 29 de outubro desse ano é realizado em Caxambu, sul de Minas Gerais, o 29º Encontro Anual da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), o mais importante fórum de discussões e debates sobre a conjuntura política, social e econômica do Brasil.

• Também nesse ano o senador Álvaro Dias apresenta no Senado da República o Projeto de Lei PLS 00004/2005 de 16 de fevereiro de 2005, cuja ementa altera o inciso III do artigo 36 da lei no. 9.394, de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para inserir o estudo da Filosofia e Sociologia nos currículos do ensino médio.

• Sob forte oposição de diversas entidades, questionamentos de legitimidade, representatividade e de não reconhecimento do encontro como de expressão nacional é realizado entre os dias 8 e 11 de novembro na cidade de Belém do Pará o XIII Congresso Nacional dos Sociólogos promovido pela Federação Nacional dos Sociólogos. O encontro teve como tema “Reflexões Sociológicas no Século XXI: Preservação dos Direitos Ambiental, Humano e Educacional”. Nesse congresso é eleita presidente da Federação Nacional dos Sociólogos, a socióloga e professora paraense Dilma Mendonça Vinagre.

• A Câmara aprova o Projeto de Lei 5180, de iniciativa do deputado Celso Russomano (PP-SP), que nomeia o sociólogo , professor e pesquisador social brasileiro Florestan Fernandes patrono da Sociologia brasileira. No Brasil algumas iniciativas de leis federais prestam homenagens semelhantes, como por exemplo, a 10894/04, que declara Milton Santos patrono da geografia nacional, e a Lei 8917/94, que concede o título de patrono da ecologia do Brasil ao cientista e pesquisador Augusto Ruschi.

• Também nesse ano, a Câmara lança a publicação dedicada ao ex-deputado e sociólogo Florestan Fernandes. A publicação integra a série Perfis Parlamentares e relata a trajetória do sociólogo, antropólogo, etnólogo, professor e político nascido em São Paulo, em 1920 e falecido em 1995. De origem humilde, filho de uma imigrante portuguesa, Fernandes começou a trabalhar aos seis anos de idade, tendo que deixar a escola aos nove. Só voltou a estudar aos 17 anos, formando-se em 1943. Autor de 53 livros, transformou as Ciências Sociais no Brasil ao estabelecer um novo estilo de Sociologia, crítica e militante. Na Universidade de São Paulo (USP), foi mestre de sociólogos renomados, como Otávio Ianni e o ex presidente Fernando Henrique Cardoso.

Por iniciativa da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) é realizada na Câmara dos Deputados no dia 30 de novembro a audiência pública para celebrar os 70 anos de nascimento do sociólogo Herbert José de Souza, o Betinho (1935-1997). O sociólogo Betinho tornou-se conhecido nacionalmente em 1993, por sua campanha contra a fome.

• Também nesse ano o Estado de Goiás, através da Res. CEE. N.291-05 de 16 de dezembro aprova e regulamenta a inclusão da Filosofia e Sociologia na educação básica, no âmbito do Sistema Educativo de Goiás.
• O Censo Escolar de 2005 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) mostra que há no Brasil 7.933.713 estudantes do ensino médio em 16.570 escolas públicas e 1.097.589 em 6.991 instituições particulares. O ensino de filosofia e de sociologia já é obrigatório em Alagoas, Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins. É opcional na Paraíba e no Rio Grande do Sul.

• O Ceará, por exemplo, conta com 911 professores de sociologia e 1.088 de filosofia na rede pública. No Paraná, são 924 e 948, respectivamente. Em Santa Catarina, 975 e 1.050. Em São Paulo, 815 e 2.925. ( Cf. Filosofia e sociologia serão obrigatórias no ensino médio in http://portal.mec.gov.br/cne/noticias)

• Dados do Censo Escolar desse ano do Inep registram que o Brasil tem nove milhões de alunos em 23.561 escolas de ensino médio (16.570 públicas e 6.991 privadas),.( Agência Estado, 04/08/2006 - São Paulo SP, Escolas recebem orientações sobre filosofia e sociologia)

2006

• É apresentado no Paraná o Projeto de Lei 151/06, do deputado estadual Ângelo Vanhoni, que reintroduz a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias nas escolas do Ensino Médio no estado. O projeto é aprovado em segunda votação na sessão de 26 de março da Assembléia Legislativa.

• Em Minas Gerais, a deputada Maria Teresa Lara (PT/MG) e outros apresenta a PEC 97/06 que previa a inclusão de Filosofia e Sociologia nos currículos.

• Em todo o país, 17 estados já optaram pela obrigatoriedade por meio de lei estadual ou resolução do CEE. Das 1.192 escolas de Ensino Médio da rede estadual do Paraná, 933 ensinam Filosofia (78%) e 803, Sociologia (67%). Dos 25 mil professores do quadro estadual de educação, 948 lecionam Filosofia e 924, Sociologia. Não há um levantamento nas escolas particulares. Mas de acordo com Jacir Venturi, diretor do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), a tendência é de alta para as discilplinas. “A maioria oferece”, afirma ele. “São importantes pelo aspecto crítico e pela motivação adicional do vestibular da UFPR.” ( Cf. Sociologia e Filosofia, a volta do ensino obrigatório? Deputados e Conselho de Educação analisam o retorno das disciplinas, Jornal Gazeta do Povo).

• No dia 11 de agosto, em solenidade que contou com a participação de várias entidades é homologado pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad o Parecer n° 38/2006 do CNE, de autoria do relator César Callegari, incluindo sociologia e filosofia como disciplinas obrigatórias do currículo do ensino médio. O parecer do relator César Callegari, teve como base importantes contribuições do Prof. Amaury César Moraes. O Sinsesp que liderou esta importante conquista, na época, optou pela solução administrativa e não congressual porque entendia nesse momento que o Congresso diante de várias cpis e medidas provisórias não votaria a matéria.

• Também nesse ano, a respeito da luta pela Sociologia, registre-se que o Conselho Estadual de Educação do Estado de São Paulo pronuncia-se pela não obrigatoriedade da introdução de Filosofia e Sociologia no currículo das Escolas de Ensino Médio, no âmbito de sua jurisdição conforme indicação CEE No. 62/2006 aprovada em 20 de setembro de 2006 pelo Conselho Estadual de Educação do estado de São Paulo.Tal decisão contraria a Resolução CNE no. 04/06, do Conselho Nacional de Educação (D.O.U. 21.08.2006), sob a justificatica de que a medida interfere na autonomia dos sistemas de ensino bem como de que traria implicações não desprezíveis quanto aos recursos humanos e financeiros necessários a implementação.

• O presidente da Republica,Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministro da Educação Fernando Haddad, sanciona a Lei no. 11.325, de 24 de julho de 2006 que declara o sociólogo Florestan Fernandes patrono da Sociologia brasileira.

• Nesse ano um dos principais acontecimentos mundiais no campo das ciências sociais é realizado no Brasil. Entre os dias 20 e 25 de agosto de 2006 é realizado na cidade do Rio de Janeiro a XXII Assembléia Geral do Conselho Latinoamericano de Ciências Sociais e a IV Conferencia Latinoamericana e Caribenha de Ciências Sociais. A IV Conferência Latino-americana e Caribenha de Ciências Sociais é uma iniciativa do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO), realizada no contexto da XXII Assembléia Geral Ordinária que será celebrada no Rio de Janeiro, em agosto de 2006. O CLACSO promove estes eventos a cada três anos. As Conferências anteriores foram realizadas no Recife (Brasil), Guadalajara (México) e Havana (Cuba). O professor e cientista político brasileiro Emir Sader é o novo secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso), prestigiada entidade não-governamental que reúne 173 centros de investigação e programas de pós-graduação em 21 países da América Latina e do Caribe. A eleição aconteceu nessa quinta-feira (24), durante a XXII Assembléia Geral Ordinária do Clacso realizada no Rio de Janeiro. Emir Sader assumirá a Secretaria-Geral em dezembro para um mandato de três anos e substituirá o argentino Atílio Boron, que exerceu essa função nos últimos nove anos. Sader teve como adversária na eleição a socióloga venezuelana Margarita Lopez Maya, a quem acabou vencendo pelo placar de 98 votos a 66, com três votos nulos e um voto em branco.

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ROLIM, Maria M. Duarte & ZAIRE, Sandra Maria, Formas Organizativas da Categoria dos Sociólogos, separata da revista TDI - Teoria, Debate e Informação, número 5, agosto de 1985, pag 69-79, da Assoc. Profissional dos Sociólogos do Pará;

SITUAÇÃO DOS Sociólogos, Revista Ciência e Cultura, Volume 30, de julho de 1978, página 830-834;

SOCIÓLOGO NÃO É Profissão, jornal Correio da Manhã, 6 de outubro, 1996, Rio de Janeiro;

SOCIÓLOGO: Associação Para Reconhecimento da Profissão, Folha da Tarde, 9 de agosto de 1971, São Paulo;

SOCIÓLOGO: Profissões e Cursos de Formação no Estado de São Paulo, Instituto Roberto Simonsen, FIESP, São Paulo, 2ª edição, 1971, páginas 727-734;

SOCIÓLOGO: Uma Profissão Desconhecida pela FUVEST, Boletim do Sindicato, número 5, Sindicato dos Sociólogos, novembro de 1991, São Paulo.

SOCIÓLOGOS Aguardam Aprovação do Projeto!, jornal Correio Popular, Campinas, SP, de 1º de agosto de 1976;

SOCIÓLOGOS Fundam Associação, jornal Diário Popular, 16 de agosto de 71, São Paulo;

SOCIÓLOGOS Fundam Associação, jornal O Globo, Rio de Janeiro, de 11 de outubro de 1971;

SOCIÓLOGOS Fundam sua Associação, jornal Folha da Tarde, São Paulo, de 12 de agosto de 1971;

SOCIÓLOGOS Já Tem Registro Profissional, jornal Folha da Tarde, São Paulo, de 7 de maio de 1982;

SOCIÓLOGOS Paulistas Terão Associação, jornal Diário Popular, de 28 de julho de 1971, São Paulo;

SOCIÓLOGOS Querem a União da Categoria, Jornal “A Tarde”, 25 de maio de 1988, Salvador, Bahia, página 3;

SOCIÓLOGOS Querem Mercado Ampliado, Folha de São Paulo, 3º caderno, Educação, página 26, 23 de julho de 1978, São Paulo;

SOCIÓLOGOS Querem União da Categoria, jornal A Tarde, Salvador, Bahia, de 25 de maio de 1988;

SOCIÓLOGOS Terão Associação, jornal Folha da Tarde, 2 de agosto de 1971, São Paulo;