03 março, 2008

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Manoel Lucas Marthos

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17 fevereiro, 2008

Para que serve a sociologia?

Para que serve a sociologia?
Que utilidade tem a sociologia? Para que estudar sociologia? Puxa vida, são 10 e 43 da manhã de uma segunda-feira. Existem centenas senão milhares de explicações na Internet em várias línguas. Acho melhor perguntar. Apenas fazer perguntas.
Por quais motivos muitas pessoas, senão a maioria das pessoas, não deseja compreender como se dá a interligação, a relação entre as pessoas e o meio em que vivem, podendo reconhecer aí vários processos e padrões de comportamento se tais processos e padrões de comportamento são de extrema utilidade para elas? Poderiam ser úteis na vida cotidiana e nas diversas relações sociais, isto é, entre pessoas? Não ajuda na tomada de decisões?
Você realmente quer saber como as pessoas se relacionam, isto é, como elas se interligam, não como pessoa isolada, mas pessoas que se encontram umas com as outras? Quer saber quais fenômenos ocorrem quando as pessoas se encontram umas com as outras, em grupos de tamanhos diferentes? Quer saber sobre o comportamento humano em função do meio? Quer saber, afinal de contas, quais são os processos? Qual o tamanho do grupo de pessoas que deseja estudar ou compreender? Duas pessoas? Dez pessoas? Mil pessoas? Um milhão de pessoas? O planeta inteiro? As pessoas de um determinado bairro? De uma cidade, de um estado ou país? Ou você quer estudar e compreender a interligação entre grupos de pessoas? Entre grupos de países? Onde estas pessoas estão? Em casa? Na escola? Em uma empresa? Em uma repartição pública? Na rua? Em um restaurante? Em uma rave? Em um shopping? Quer saber sobre relações econômicas? A economia não é feita por pessoas?
Você quer saber como as pessoas, de maneira interligada, produzem, trabalham, exploram, são exploradas, estudam, se divertem, escravizam e são escravizadas? Quer saber sobre o comportamento religioso? Quer saber sobre o comportamento político? Quer saber sobre os vários padrões de pensamento na hora em que as pessoas agem umas com as outras? Sei, não dá pra explicar tudo através da sociologia, nem é essa a pretensão. Mas será que dá para compreender uma boa parte do comportamento humano enquanto relação uns com os outros? Quer saber por que você se comporta de maneira diferente dependendo do grupo em que está?
Sabia que para você poder tomar um simples copo de água você precisa de centenas senão milhares de pessoas? Você sabia que quando falamos em interligação entre os indivíduos, do relacionamento e comportamento entre pessoas, elas necessariamente não precisam estar próximas de você? Você sabia que milhares senão milhões de pessoas estão, de alguma maneira, interligadas a você?
Você sabia que mesmo não querendo ou não tendo consciência, muitos dos atos que mesmo considerados como individuais, estão interligados com milhares de pessoas? Que muitos desses atos podem influenciar a vida de alguém que você nem conhece? Você sabia que para o outro você é o outro? Você sabia que para os outros, nós somos os outros?
Ora, serão úteis na prática o conhecimento de alguns conceitos de sociologia e algumas teorias? Será que ajuda a melhorar qualidade de vida? Será importante compreender o meio em que vivemos? Compreender, pelo menos em parte o meio em vivemos e vários padrões de relacionamento, de interligações uns com os outros não é útil?
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10 fevereiro, 2008

A SOCIOLOGIA NÃO VOLTA ÀS AULAS

Publicado em O Estado de S. Paulo
[Caderno Aliás, A Semana Revista],

Domingo, 10 de fevereiro de 2008, p. J7.

A sociologia não volta às aulas

José de Souza Martins*


Os freqüentes indícios de insuficiências e ineficiências na educação brasileira indicam a ausência de uma diretriz educacional que oriente o ajustamento da escola ao mundo contemporâneo e ao seu melhor legado. A sociedade muda todo o tempo, mas em nosso País a escola não acompanha o ritmo dessa mudança. O aluno fica no meio, confuso, entre a mudança social que o alcança e a educação que não o ajuda a situá-la e compreendê-la. Nem o ajuda a nesse processo decidir entre o que dissemina os valores de afirmação dos direitos sociais e da grandeza humana possível, de um lado, e, de outro, o aniquilamento desses valores que está nos riscos de toda mudança capturada e instrumentalizada por agentes de interesses anti-sociais.

Na boa linguagem sociológica, a escola, numa situação social crítica, como a nossa, tende à anomia. Tende àquela situação em que o entendimento que as pessoas têm das relações sociais não corresponde ao que a realidade é, o que as transforma em vítimas e não em agentes ativos da mudança. Esse desencontro, entre consciência social e sociedade, afeta particularmente os jovens, divididos entre os valores e orientações do grupo familiar, e de grupos de referência altruístas, e as solicitações de um mundo, cheio de incógnitas e desafios, que se abre diante deles continuamente e os questiona. É como se a sociedade em que vivem não tivesse normas nem valores e as normas e valores que conhecem já pouco ou nada valessem. Nessa privação, uma das poucas instituições que poderiam ajudá-los no processo de ressocialização de que carecem, é a escola. Porém, ela se omite, em vez de educá-los e ressocializá-los para os dilemas da mudança, sem neles anular a diversidade social e cultural pela qual transitam, quase sempre num único dia.

Várias causas concorrem para esse forte traço do nosso subdesenvolvimento. Destaco-lhe dois aspectos. De um lado, o descompasso e a distância social e cultural que separa gerações, abrindo abismos entre elas, agravando desenraizamentos e a desorganização da vida que não raro os acompanha. De outro lado, os descompassos decorrentes dos ritmos desiguais do crescimento econômico e do desenvolvimento social. Mesmo as famílias e os jovens que não passam pela experiência do desenraizamento súbito e profundo, sobretudo na classe média, entram nas crises dos desencontros de uma sociedade que, cada vez mais, muda a cada dia e, todos os dias, se torna novamente misteriosa e alienante.

O alarmante assédio das escolas, dos adolescentes e dos ambientes juvenis pelos traficantes de drogas e pela sociedade do crime tem um dos seus fatores justamente na deterioração dos vínculos comunitários que decorre de mudanças sociais anômicas. O "barato" da droga passa a ocupar vazios deixados pela privação de referências culturais oníricas e pela supressão das bases sociais da utopia e da esperança. Seu efeito perverso é, ainda, potencializado pelo comunitarismo da cumplicidade que geralmente há em grupos delinqüentes.

O entendimento da realidade social em crise que assedia e afeta a situação do aluno na escola pede que, honestamente, tenha ele acesso no ensino médio à sociologia básica que o capacite a compreender o outro e o diferente e, na mediação do outro, compreender-se. Para que possa ressocializar-se continuamente a partir dos desafios que nesse sentido encontra ao longo da vida.

O movimento pela sociologia no ensino médio, no entanto, se arrasta sem rumo até hoje, perturbado pela compreensão pobre que dele tem os governos, as escolas e o professorado. Uns porque tem como referência uma economia de resultados, em que o bom e apropriado ensino é confundido com o número de alunos que uma escola catapulta no vestibular das boas universidades públicas. Pouco se fala do que acontece com não poucos desses alunos depois, nas desistências, nas opções erradas e nas frustrações freqüentes, pagas pelo governo. Outros, porque supõem que a missão do professor de sociologia é a de arrebanhar os jovens para as novas religiões em que se converteram muitos partidos de esquerda.

Os próprios Parâmetros Curriculares do Ensino Médio, do Ministério da Educação, e os livros didáticos que por eles se pautam, constituem nesse sentido um problema, pois preconizam o cumprimento do conteúdo dos quatro anos de duração do curso universitário de Ciências Sociais no pouco tempo de que o ensino médio dispõe para a sociologia. Um convite à superficialidade da falsa erudição. No pólo oposto surgiu o argumento de que a sociologia é disciplina transversal cujo conteúdo se pode ministrar nas aulas de matemática ou de biologia. A tese do transversal é um desses recursos de linguagem para acomodar interesses e resolver na aparência problemas que pedem soluções ousadas e criativas.

Mas, o objeto da sociologia e a formação requerida pelo sociólogo se diferenciam significativamente do que ocorre na matemática e na biologia. O objeto da sociologia é constituído pelo princípio da contradição e pelo da identidade e não só pelo princípio da identidade. É objeto dotado de historicidade e seu sujeito de referência é um ser humano pensante, diferente de um número ou de uma minhoca. Na perspectiva transversalista, a sociologia se anula e descumpre sua essencial função ressocializadora, que daria ao estudante os instrumentos teóricos e metodológicos que, ao longo da vida, pudesse utilizar para decifrar e superar, criativamente, as contradições e irracionalidades que são constitutivas do social. A impugnação da sociologia em nome de sua suposta transversalidade é simples e pobre ideologia.

Quanto mais demorarmos para colocar esse meio de discernimento ao alcance dos jovens, mais se agravará o analfabetismo cultural que limita o alcance e empobrece as outras disciplinas do ensino médio. É pobre a compreensão que os estudantes podem ter da matemática ou da biologia se não compreenderem sociologicamente o lugar social do conhecimento e seu próprio lugar na sociedade que os desafia.

*José de Souza Martins é professor titular de Sociologia da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo

31 janeiro, 2008

NATAL - RN ABRIL 2008

ATENÇÃO SOCIÓLOGOS!

Vão acontecer, na UFRN, 3 eventos importantes.

I SNECS, VII ENCCS e XIV CNS:


1) I Seminário Nacional de Educação em Ciências Sociais;

2) VII Encontro Nacional dos Cursos de Ciências Sociais;

3) XIV Congresso Nacional de Sociólogos.

ABRIL 2008.